Pensamento

" Não são os grandes planos que dão certos, são os pequenos detalhes" Stephen Kanitz

quarta-feira, 29 de junho de 2011

União contesta autorização para acesso ao material genético do cacau manteiga

 

Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de Suspensão de Tutela Antecipada (STA 572), ajuizada na Corte pela União contra decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que permitiu o acesso e a exploração do cacau manteiga e seu material genético, espécie vegetal integrante do patrimônio genético brasileiro, independente de autorização do Poder Público.
Para a autora, tendo em vista seu entendimento de que empresa interessada no caso pretende enviar amostras do material para o exterior, a decisão do TRF-3 contraria “o interesse público difuso de toda a coletividade no sentido da proteção ambiental da biodiversidade”.
Em razão do perigo de dano grave e irreversível, a União pede a suspensão imediata dos efeitos da decisão do TRF-3, uma vez que, no caso de eventual demora na prestação jurisdicional, “o patrimônio genético brasileiro já terá sofrido danos, prejuízos e consequências irremediáveis”.
No recurso ajuizado na Corte Suprema, a União revela que a decisão do TRF-3 seria contrária à manifestação técnica elaborada pela Secretaria Executiva do Departamento de Patrimônio Genético. O documento afirma que estaria equivocada a interpretação do conceito de acesso ao patrimônio, desconsiderando-se a peculiar situação do cacau e a necessidade de conservação da diversidade genética da espécie em seu habitat natural e as crescentes ameaças a esta espécie, “especialmente se considerado o fato de a empresa ter a nítida intenção de enviar amostras do patrimônio genético do cacau para o exterior, prejudicando diretamente o uso sustentável do recurso vegetal e o princípio da repartição dos benefícios financeiros advindos da exploração e utilização do recurso”.
Decisão questionada
Ao conceder a tutela antecipada, o desembargador do TRF-3 frisou que a legislação é clara no sentido de que “se exige autorização prévia da União apenas para ‘acesso’ ao patrimônio genético nacional. Para o uso, comercialização e aproveitamento deste patrimônio, tal autorização prévia não se exige”.
“Será crível que nosso sistema de direito pretende impor, a quem quer que seja, a necessidade de prévia autorização para a aquisição de alguns quilos de uma fruta comercialmente disponível pelo mundo afora, em imensas quantidades, pela simples razão de que estes poucos quilos serão empregados para pesquisa científica?” questiona o magistrado em sua decisão cautelar.
CGEN
Para a União, contudo, a manutenção da decisão configuraria ofensa ao exercício das funções da administração pelas autoridades constituídas, resultando no esvaziamento das atribuições do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) – responsável pela análise de pedidos como esse –, colocando em iminente risco o patrimônio genético brasileiro e os compromissos assumidos pela República Federativa do Brasil no plano internacional.
Nos autos, a União ressalta o conteúdo do artigo 225, parágrafo primeiro, inciso II, da Constituição Federal, segundo o qual incumbe ao Poder Público “preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético”. Para a autora, o dispositivo deixa claro que é dever constitucional do Poder Público “o controle e fiscalização da atividade privada, somente concedendo autorização à pesquisa e manipulação do patrimônio genético com vistas à proteção da diversidade biológica”.
Considerando o fato de que a legislação nacional conferiu competência ao CGEN para a concessão de autorização de acesso ao patrimônio genético, prossegue a autora, não se pode permitir a concessão de pleno acesso a esse patrimônio sem a prévia realização de estudos técnicos-científicos, “e análise da conveniência e oportunidade que verse sobre a concretude da proteção ao meio ambiente e à devida compensação às comunidades tradicionais pelo uso dos seus conhecimentos imemoriais”.
A União cita ainda atos normativos internacionais, dos quais o Brasil é signatário, como a Convenção sobre Diversidade Biológica, que estabelece a responsabilidade dos Estados “pela conservação e pela utilização sustentável de seus recursos biológicos”. Considerando-se as normas internacionais e a decisão do TRF-3, diz a União, é possível concluir que “a postura do Estado brasileiro está em flagrante desarmonia com os compromissos internacionais assumidos”.
A competência para analisar pedidos de suspensão de tutela antecipada é do presidente da Corte.
MB/CG

terça-feira, 28 de junho de 2011

Endividamento do brasileiro é recorde

 

Mais uma vez estamos aqui, em uma avaliação comparativa próximo do que aconteceu em 2009 com o mercado imobiliário americano. A visão das instituições em obter lucros cada vez maior, esqueceram de colocar o pé no freio, e sugam do brasileiro tudo que é possível. Um amigo em conversa comentava comigo, que alguns anos atrás, em uma palestra proferida pelo ex Ministro da Fazenda Sr.Mário Henrique Simonsen no Rio Grande do Sul, perguntaram para ele uma sugestão de uma empresa lucrativa no Brasil, ele respondeu: Um Banco bem administrado e prosseguindo perguntaram uma segunda empresa lucrativa no Brasil, e ele respondeu: Um banco mal administrado, ou seja de qualquer forma eles lucram. Em um país  em desenvolvimento, onde no topo de empresas lucrativas, deveriam estar as que geram riquezas para o País e possibilidade de crescimento econômico da população, estão as instituições financeiras. Algumas instituições bancárias e financeiras esqueceram tanto do que a Lei permite, mesmo nesse Brasil do carnaval o ano todo, que tem extrapolado nas cobranças de juros, e esses estratosféricos por assim dizer, não existe quem consiga arcar com essas despesas e o quadro que veremos abaixo nos mostra isto ao vislumbrarmos essa reportagem, apenas vemos a ponta do iceberg, grandes redes de supermercados e eletrodomésticos cobram taxas anuais que chegam próximo aos 700%, as cobranças de juros sobre juros vem acontecendo desenfreadamente, e não encontramos respaldo naqueles que obrigatoriamente deveriam estar regulando o que parece não ter mais regulagem, a capitalização que cartões de crédito e as instituições tem feito, virou algo que vai muito além da ganância em ganhar cada vez mais, e que só através de ações judiciais é possível lembrar a eles que ainda existem Leis que dizem até onde eles podem ir. É preciso colocar um  freio nisto, ou a "Insolvência Civil" nesse país vai quebrar estas instituições gananciosas e em contrapartida o Brasil vai atrás. O fio está por um triz, está na hora do Brasil acordar.( Marco A.L.Ferreira)


Divida total do consumidor atingiu R$ 653 bilhões em abril e equivale a 40% da massa anual de rendimentos do trabalho e da Previdência

26 de junho de 2011 | 21h 05
SÃO PAULO - O endividamento do brasileiro atingiu nível recorde. A dívida total das famílias no cartão de crédito, cheque especial, financiamento bancário, crédito consignado, crédito para compra de veículos e imóveis, incluindo recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), corresponde a 40% da massa anual de rendimentos do trabalho e dos benefícios pagos pela Previdência Social no País, aponta um estudo da LCA Consultores ao qual o ‘Estado’ teve acesso.
Se, do dia para noite, os bancos e as financeiras decidissem cobrar a dívida total das pessoas físicas, isto é, juros e o empréstimo principal, que chegou a R$ 653 bilhões em abril, cada brasileiro teria de entregar o equivalente a 4,8 meses de rendimento para zerar as pendências. Os cálculos levam em conta a estimativa da massa de rendimentos nacional, não apenas nas seis regiões metropolitanas.
Em dezembro de 2009, a dívida das famílias estava em R$ 485 bilhões, subiu para R$ 524 bilhões em abril do ano passado e, em abril deste ano atingiu R$ 653 bilhões. Apesar dos ganhos de renda registrados nesse período, as dívidas abocanharam uma parcela cada vez maior dos rendimentos da população. Quase um ano e meio atrás, a dívida equivalia a 35% da renda anual ou 4,2 meses de rendimento. Em abril deste ano, subiu para 40% da renda ou 4,8 meses de rendimento.
"Houve uma forte aceleração do endividamento", afirma o economista Wermeson França, responsável pelo estudo. Ele observa que uma conjugação favorável de fatores levou à disparada do endividamento do consumidor. O pano de fundo foi o crescimento econômico registrado no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%. Além disso, bancos e financeiras abriram as torneiras do crédito, com juros menores e prazos a perder de vista.
Dados de outro estudo intitulado "Radiografia do Endividamento das Famílias nas Capitais Brasileiras", da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), confirmam o avanço do endividamento do consumidor. De janeiro a maio deste ano, 64%, em média, das famílias que vivem nas 27 capitais do País tinham dívidas, ante 61% em igual período de 2010. O valor médio da dívida aumentou quase 18%, de R$ 1.298 mensais, entre janeiro e maio do ano passado, para R$ 1.527 mensais em igual período deste ano.
Depois da explosão do consumo no ano passado, Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomércio-SP, diz que as medidas de aperto no crédito editadas pelo do Banco Central no fim de 2010, a elevação dos juros e a redução dos prazos dos financiamentos tiveram grande influência sobre o aumento da dívidas das famílias neste início de ano. "As vendas do comércio a partir de março apontam para uma forte desaceleração do consumo", afirma o economista, justificando que a dívida vem crescendo nos últimos meses por causa dos juros.
http://economia.estadao.com.br/noticias/not_73174.htm

Carga Tributária. "Lucro Brasil faz consumidor pagar o carro mais caro do mundo"

 



Existem coisas muito interessantes no Brasil, em uma matéria que eu coloquei no Blog já algum tempo, comentava das diferenças no preço do carro produzido no Brasil e os produzidos no exterior, com uma grande diferença, "Qualidade", se levarmos em conta que fora do Brasil os carros produzidos saem das montadoras com diversos itens que são partes obrigatórias na segurança do consumidor,  no Brasil leva-se tanto tempo para se tornar obrigatório alguma coisa, que acaba caindo no esquecimento da política e dos políticos. Lembro há muitos anos atrás, que a moda do carro popular quando lançado, com motor 1000 cc, teria um preço acessível a todos os brasileiros, hoje o famoso carro popular que apresenta pelado, vamos assim dizer pois não tem nada, e para que você tenha um mínimo de conforto você paga muito mais, o preço que gira na faixa dos R$ 25.000,00, mas dificilmente você encontra, pois o vendedor fala que tem que encomendar na fábrica e etc e tudo faz para que você compre um disponível com alguns acessórios, que giram na casa dos R$ 35.000,00. Pagamos todos nós, por não colocarmos nos nossos direcionamentos, uma avaliação dos políticos e representantes que direcionam as políticas e o nosso bem viver, para não dizer outra coisa, mas a matéria abaixo nos dá a noção de como pagamos por isso, embora um pouco longa mostra informações importantes para que venhamos conhecer esse ninho de cobras.(Marco A.L.Ferreira)


"Por que baixar o preço se o consumidor paga?", pergunta um executivo de montadora

Texto: Joel Leite/AutoInforme
Fotos: sxc.hu

(27-06-11) - O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o alto valor da mão de obra, mas os fabricantes não revelam quanto os salários - e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.

A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: os gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas.

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.

Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.

Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.

A carga tributária caiu 

O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100hp recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.

Hoje - com os critérios alterados - o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

Isso sem contar as ações do governo, que baixou o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora de estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais e para choque saliente. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.

A margem de lucro é três vezes maior que em outros países 

O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o Lucro Brasil (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tem um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa não fala sobre o assunto.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.

Porque o mesmo carro é mais barato na Argentina e no Chile? 

A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou em fevereiro, no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, os valores comercializados do Corolla nos três países. No Brasil o carro custa U$ 37.636,00, na Argentina U$ 21.658,00 e nos EUA U$ 15.450,00.

O consumidor paraguaio paga pelo Kia Soul U$ 18 mil, metade do preço do mesmo carro vendido no Brasil. Ambos vêm da Coreia. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.

Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.

Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.

A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:

As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial. 

Questionada, a empresa enviou nova explicação:

As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas. 

Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro, mesmo considerando o preço FOB: o custo de produção, sem a carga tributária.

Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.

Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.

O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um mercado mais competitivo.

City é mais barato no México do que no Brasil por causa do drawback 

Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o drawback, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O drawback é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o valor base de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.

Ora, quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).

A propósito, não se deve considerar que o dólar baixo em relação ao real barateou esses componentes?

A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. O que acontece com o Honda City é apenas um exemplo do que se passa na indústria automobilística. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso Lucro Brasil.

Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro do Brasil é mais caro que em outros países porque aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis. 

Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. O que vale é o preço que o mercado paga.

E por que o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?

Eu também queria entender - respondeu Takanobu Ito - a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até o McDonald aqui é o mais caro do mundo.

Se a moeda for o Big Mac - 
confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa U$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não é menor do que o dos brasileiros.

Tem muita coisa torta no Brasil - concluiu o empresário, não é o carro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa U$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.

Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado, disse.

Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:

Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?, questionou.

Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale. O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.

Por que baixar o preço se o consumidor paga?, 
explicou o executivo.

Em 2003, quando foi lançado, o EcoEsport, da Ford, não tinha concorrente. Era um carro diferente, inusitado. A Ford cobrou caro a exclusividade: segundo informações de uma fonte que tinha grande ligação com a empresa na época, e conhecia os custos do produto, o carro tinha uma margem líquida de US$ 5 mil.

A montadora põe o preço lá em cima. Se colar, colou 

Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima, disse um dirigente do setor. É usual, até, a fábrica lançar o carro a um preço acima do pretendido, para tentar posicionar o produto num patamar mais alto. Se colar, colou. Caso contrário, passa a dar bônus à concessionárias até reposicionar o modelo num preço que o consumidor está disposto a pagar.

Um exemplo recente revela esse comportamento do mercado. A Kia fez um pedido à matriz coreana de dois mil Sportage por mês, um volume que, segundo seus dirigentes, o mercado brasileiro poderia absorver. E já tinha fixado o preço: R$ 75 mil. Às vésperas do lançamento soube que a cota para o Brasil tinha sido limitada a mil unidades. A importadora, então, reposicionou o carro num patamar superior, para R$ 86 mil. E, como já foi dito aqui: pra que vender por R$ 75 mil se tem fila de espera pra comprar por R$ 86 mil? A versão com câmbio automático, vendida a R$ 93 mil, tem fila de espera e seu preço sobe para R$ 100 mil no mercado paralelo.

Cledorvino Belini, que também é presidente da Fiat Automóveis e membro do Conselho Mundial do Grupo Fiat, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.

A Anfavea está fazendo um Estudo de Competitividade para mostrar ao governo o que considera uma injusta concorrência da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.

Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção, revelou Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital. É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos, disse.

Com a crise, o setor mostrou que tem (muita) gordura pra queimar. O preço de alguns carros baixou de R$ 100 mil para R$ 80 mil. Carros mais caros tiveram descontos ainda maiores.

São comuns descontos de R$ 5 mil, 10 mil. Como isso é possível se não há uma margem tão elástica pra trabalhar?

A GM vendeu um lote do Corsa Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um executivo da locadora em questão. O preço unitário foi de R$ 19 mil!

As montadoras tradicionais tentam evitar o óbvio, que é a perda de participação para as novas montadoras, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. O dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora, e muito. Além disso, os importados já pagam uma alíquota de 35%, por isso não se trata de uma concorrência desleal, ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro.

Mini no tamanho, big no preço 

Mini, Fiat 500, Smart são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda. Que paga R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta que custa R$ 30 mil e já é caro.

Onde estão os R$ 30 mil que o consumidor está pagando a mais pelo Smart e o Cinquecento e os R$ 70 mil a mais pelo Mini Cooper?

A Mercedes-Benz, importadora do Smart, fez as contas a nosso pedido dos acessórios do minicarro. Ele tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. Segundo a empresa, o custo desse pacote seria em torno de R$ 20 mil, considerando os preços de equipamentos para a linha Mercedes, uma vez que o Smart já vem completo e não dispõe dos preços desses equipamentos separados.

Mesmo considerando esses preços ainda não se justifica os R$ 62 mil para um carro que leva apenas duas pessoas.

A Fiat vende o Cinquencento por R$ 62 mil, exatamente, e não por acaso, o mesmo preço do Smart. O carro tem sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração, mas é menor que o Celta. Esse pacote custaria, somando os valores dos equipamentos, conforme preços divulgados pela Fiat, R$ 24 mil. Portanto, no preço cobrado, de R$ 62 mil, tem uma margem de lucro muito maior do que a de um carro comum.

E quem comprar o minúsculo Mini Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.

Claro que tamanho não é documento, especialmente quando se fala de carro. Você poderia dizer que o Ferrari é do tamanho de uma Kombi. Mas o fato é que as montadoras posicionam seus produtos num determinado patamar sem levar em conta o tamanho, o tipo de uso ou o custo do produto, mas apenas o preço que o mercado paga, optando por vender mais caro em vez de priorizar o volume, ganhando na margem de lucro.

Essa política pode ser válida para uma bolsa da Louis Vuitton, um produto supérfluo destinado a uma pequena parcela da elite da sociedade, ou mesmo para uma Ferrari, pra não sair do mundo do automóvel. Mas não deveria ser para um carro comum.

Além disso, existem exemplos de carro muito bem equipado a preços bem mais baixos. O chinês QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais. A ideia original - disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi - era vender o QQ por R$ 19,9 mil. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto Importação.

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz imposto, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado do mundo.

E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.

Joel Leite - email: joelleite@autoinforme.com.br

Colaboraram: Ademir Gonçalves e Luiz Cipolli

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Mantida decisão do CNJ sobre critério de antiguidade para magistratura

 

22/06/2011 - 19:45 | Fonte: STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que reconheceu que a prestação de serviços de natureza privada, mesmo executadas em favor da Administração Pública, não pode ser considerada como tempo de serviço público para fins de definição do critério de antiguidade no âmbito do Poder Judiciário. A decisão foi unânime.
Os ministros do Supremo acompanharam o voto do relator, ministro Celso de Mello, que negou provimento a um recurso (agravo regimental) em medida cautelar em Mandado de Segurança (MS 30647). Em maio de 2011, o ministro indeferiu o pedido de medida liminar, salientando que não estavam presentes os requisitos inerentes à plausibilidade jurídica, tendo em vista decisão do Plenário do STF no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4042.
Na análise dessa ADI, em junho de 2008, a Corte suspendeu a vigência da Emenda Constitucional estadual (EC) 46/2006, de Mato Grosso, que permitia o cômputo do tempo de exercício da advocacia privada para fins de promoção de magistrados pelo critério de antiguidade.
MS
Com o MS, o impetrante contestava deliberação do CNJ e pretendia que o tempo de serviço prestado por ele como advogado privado para entes públicos fosse considerado para efeitos de cômputo da antiguidade, inclusive para fins de desempate.
“Eu salientei, em minha decisão, que a plausibilidade jurídica necessária ao exame do pleito cautelar estava totalmente descaracterizada e mencionei as razões pelas quais não se justificava no caso a concessão do provimento cautelar, que havia sido requerido no MS”, disse o ministro Celso de Mello. Segundo ele, “a decisão proferida pelo egrégio Conselho Nacional de Justiça apenas reconheceu que a prestação de serviços de natureza privada, ainda que executados em favor da administração pública,” não poderia ser considerada como tempo de serviço público para definir antiguidade no Poder Judiciário.
Assim, o ministro Celso de Mello propôs ao Plenário do Supremo que fosse negado provimento ao recurso de agravo e mantida a decisão que denegou a liminar em mandado de segurança, tendo em vista o precedente do Plenário do Supremo proferido em ADI. Este voto do relator, ministro Celso de Mello, foi acompanhado por unanimidade pelos demais ministros.

Indústria farmacêutica vence batalhas nos EUA



A Suprema Corte dos Estados Unidos saiu a favor da indústria farmacêutica do país em decisões sobre dois casos distintos e controversos nesta quinta-feira (23/6). Na primeira decisão, o alto tribunal determinou que fabricantes de medicamentos genéricos não podem ser processados por não apresentarem, nos rótulos de seus produtos, informações sobre riscos decorrentes de seu uso e sobre problemas de posologia, tal como é exigido para os rótulos de remédios de marca.
No outro caso, a Corte derrubou uma lei do estado de Vermont que proibia a coleta, por laboratórios, de receitas médicas particulares para servirem de base na orientação de políticas de marketing e planejamento de vendas. Ou seja, fabricantes de medicamentos podem comprar, respeitando algumas exceções, receitas médicas particulares retidas pelas farmácias no ato da venda de remédios comercializados sob prescrição médica.
No primeiro caso, a Suprema Corte determinou, em uma decisão apertada de 5 votos a 4, que fabricantes de medicamentos genéricos, nos Estados Unidos, não podem ser processados por deixarem de alertar os consumidores, nos rótulos, sobre riscos envolvendo o uso de seus produtos. É exigido que medicamentos de marca apresentem informações atualizadas com avisos da FDA (Food and Drug Administration, que fiscaliza medicamentos e alimentos no país) sobre potenciais problemas e efeitos colaterais que podem ocorrer ao se consumi-los.
Pacientes que desenvolveram problemas de saúde por conta do uso de certas drogas processaram fabricantes de medicamentos genéricos por não trazerem nos rótulos essas informações. Porém, a Suprema Corte determinou que a obrigação legal válida para os medicamentos de marca não é necessária para remédios genéricos.
O juiz Clarence Thomas, que assinou o texto da decisão, justificou o veredito afirmando que, por serem apenas cópias, medicamentos genéricos estão livres da responsabilidade de reportar o aparecimento de problemas decorrentes do seu uso. A obrigação é tão somente do laboratório que inventou, patenteou e comercializa o remédio sob alguma marca comercial. A decisão foi polêmica e gerou protestos de organizações médicas e de direitos dos consumidores em todo o país. A juíza Sonia Sotomayor foi quem resumiu o argumento do grupo de juízes que votaram contra a maioria. “Essa decisão não faz o menor sentido”, escreveu ela em seu voto.
Uma das pacientes responsáveis pela ação desenvolveu um grave transtorno neurológico, que provoca movimentos repentinos involuntários, após fazer uso de metoclopramida, genérico do medicamento Reglan, usado para problemas digestivos, como acidez e refluxo.
Privacidade e liberdade de expressão
Na segunda decisão, a Suprema Corte decidiu derrubar a lei do estado de Vermont que proibia a venda de receitas médicas particulares por farmácias, empresas ou mesmo pacientes a laboratórios farmacêuticos. A lei era fruto da articulação de médicos que argumentavam que as prescrições eram para uso privado e não deveriam ser utilizadas como ferramentas de marketing. Nos EUA, há empresas que faturam alto comprando prescrições médicas, organizando os dados sobre elas e revendendo as informações para os fabricantes de medicamentos.
Em uma decisão de 6 votos a 3, a Suprema Corte amparou seu argumento na Primeira Emenda da Constituição Federal, que garante a liberdade de expressão. O juiz Anthony M. Kennedy escreveu no texto da decisão que “informação é discurso” e portanto este não pode ser censurado apenas porque determinados cidadãos não aprovam a mensagem. “Se o marketing farmacêutico afeta decisões em relação à condução do tratamento, o fará apenas porque os médicos o acham persuasivo”, escreveu.
Porém, os juízes dissidentes e o senador Patrick J. Leahy, do Partido Democrata de Vermont e presidente do Comitê Judiciário do Senado Federal, criticaram a decisão. O fundamento foi em favor da privacidade dos pacientes e da relação “médico-paciente”. Ambos saem violados, segundo eles, quando os dados são usados para fins alheios ao tratamento médico.

Empresa contesta perícia para apurar dano ambiental


22/06/2011 - 20:30 | Fonte: STF

A empresa Ceras Johnson Ltda. ajuizou Ação Cautelar (AC 2907) no Supremo Tribunal Federal (STF) para destrancar o recurso extraordinário com o qual pretende discutir na Corte a realização de perícia ambiental determinada em ação civil pública na Justiça fluminense. Nessa ação, o Ministério Público do Rio de Janeiro pretende apurar a responsabilidade civil da empresa pelos danos ambientais em vias pluviais e na Baía de Guanabara, decorrentes do incêndio ocorrido em depósito clandestino da Distribuidora de Produtos Químicos São Lázaro S/A, em junho de 2003.
A ação civil pública foi ajuizada pela Promotoria de Tutela Coletiva do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural da cidade do Rio de Janeiro contra a Distribuidora, seus sócios e outras empresas, dentre elas a Ceras Johnson, para requerer a responsabilização das rés pelo dano ambiental causado diretamente pela São Lázaro e seus sócios e representantes. De acordo com o MP-RJ, a água utilizada pelo Corpo de Bombeiros para combater o incêndio misturou-se aos produtos químicos existentes no depósito, formando o resíduo líquido tóxico que escoou para a rede pluvial, contaminando os canais e praias da Baía de Guanabara.
A 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou provimento ao agravo de instrumento da Ceras Johnson, mantendo-a no pólo passivo da ação e determinando o prosseguimento da perícia ambiental. A Vice-presidência do TJ-RJ determinou a retenção do recurso extraordinário, com fundamento no artigo 542, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil. Esta regra foi acrescida ao CPC pela Lei nº 9.756/98 e prevê a retenção do recurso extraordinário ou especial interposto contra decisão que tiver resolvido questão incidente em processo de conhecimento, cautelar ou embargos à execução.
Segundo a empresa, a decisão merece reforma porque a retenção do recurso extraordinário lhe causará prejuízos processuais e materiais irreversíveis, pois terá que se defender (apresentar quesitos, indicar assistente técnico) em perícia ambiental com objeto indefinido.
“A falta de definição do escopo da perícia ambiental impossibilita o pleno exercício de defesa dos réus, pois não se tem qualquer orientação sobre a condução dos trabalhos. Some-se isso a não menos importante insegurança causada pela ausência de objeto da perícia, comprometendo-se a eficácia da prova, pois a falta de escopo conduzirá a um trabalho inconclusivo, gerando grave dano à atividade jurisdicional e às partes que desprenderão esforços desnecessários e dispendiosos”, argumentou a defesa da empresa.
A relatora da ação é a ministra Ellen Gracie.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

IHARA participa do 26º Seminário Cooplantio, em Gramado


Portal fator


Empresa apresenta aos produtores suas tecnologias para as culturas do arroz e da soja.
A IHARA, tradicional fabricante de defensivos agrícolas, participa entre os dias 20 e 22 de junho (quarta-feira), da 26ª edição do Seminário Cooplantio, na cidade de Gramado (RS). O evento, que tem como tema “O produtor como diferencial no agronegócio”, é promovido pela Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio) e oferecerá aos participantes palestras com temas voltados à realidade dos produtores rurais e um espaço destinado para as empresas do setor apresentarem seus produtos e inovações.
Em seu estande a IHARA receberá os visitantes para apresentar suas novas tecnologias para as culturas do arroz e da soja. “Nosso espaço no evento tem como objetivo promover o debate sobre os desafios das culturas e apresentar aos produtores as técnicas de manejo e produtos do portfólio da IHARA”, explica o gerente comercial, Rodrigo Lima.
Entre os destaques da IHARA está o fungicida Certeza, uma nova ferramenta para auxiliar o produtor no combate a uma doença que cada vez mais se destaca na cultura da soja, o Mofo Branco, agindo diretamente por via do tratamento das sementes.
“O Seminário Cooplantio é muito importante para o setor, pois tem abordado temas de grande importância no cenário atual da agricultura brasileira. A IHARA entende que participar deste evento é uma maneira de se aproximar dos produtores e contribuir com conhecimentos e tecnologias para o crescimento do setor do Brasil”, finaliza LIMA. [www.ihara.com.br].

Ibama do Amazonas tenta devolver 270 canários à Venezuela



Animais foram trazidos ilegalmente ao Brasil em pequenas gaiolas


O Ibama do Amazonas tenta devolver 270 pássaros à Venezuela. Os canários-da-terra foram transportados de forma ilegal até o Brasil, em minúsculas gaiolas escondidas em bagagens. As aves estão sob os cuidados do órgão ambiental em Manaus.
Elas foram apreendidas pela Polícia Federal na última segunda-feira (20) no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na capital do estado. Um suspeito foi preso, mas ganhou direito de responder em liberdade.
O problema agora é que os 270 canários podem ser sacrificados caso não seja possível devolvê-los ao país de origem. A legislação brasileira proíbe que animais exóticos, ou seja, oriundos de outros países, sejam soltos aqui. Questões burocráticas tornam a opção de repatriá-los demorada. O Ibama do Amazonas não tem registro de uma medida similar. As informações são do G1.

E. coli na Alemanha.












Londres, 23 jun (Prensa Latina ) O brotamento da bactéria Escherichia coli na Alemanha resultou muito virulento pela combinação de duas cepas, publicou a revista The Lancet Infectious em sua edição mais recente.

  A nova cepa nomeada 0104:H4 combinou a capacidade da EHEC com a da ECEA para formar um denso padrão nas paredes intestinais humanas com o qual ajudou a libertar uma perigosa toxina chamada Shiga, explicaram expertos da Universidade alemã de Münster.

Esta toxina é produzida pela EHEC (E. coli Enterohemorrágica) e as pessoas afetadas sofrem sintomas como diarréia sanguinolenta e insuficiência renal, problema chamado Síndrome Urética Hemolítica (SUH).

A maior parte das pessoas afetadas por EHEC recuperam-se e só de cinco a 10 por cento sofre de SUH.

A ECEA afixa-se à parede intestinal e provoca a doença, indicaram os especialistas.

Visando entender o perigo dessa mistura de cepas os cientistas analisaram mostras intestinais de pacientes de 23 de maio a 2 de junho do presente ano.

Para surpresa dos pesquisadores todas as amostras tinham a capacidade da EHEC de libertar à toxina Shiga e da ECEA de sea fixar aos intestinos.

A melhorada aderência desta cepa às células epiteliais intestinais pode facilitar a absorção sistemática da toxina Shiga e poderia explicar a alta freqüência de progressão ao SUH , expressaram os pesquisadores na publicação.

A cepa 0104:H4 tem causado 39 mortes na Alemanha, cerca de duas mil 700 casos de diarréia e 810 com complicações por insuficiência renal.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Energia solar na Embaixada da Itália em Brasília

Muito interessante o projeto desenvolvido na Embaixada da Itália em Brasília, projeto este que outros setores deveriam tê-lo como exemplo, nosso país é banhado por uma fonte solar muito grande, por que não utilizar desta energia? Segundo reportagem veiculada pela mídia, este foi o primeiro passo dado para energia limpa na Embaixada, o segundo está com relação a água e seu reaproveitamento, são passos interessantes que otimizam os custos e proporciona um retorno muito bom. É algo para ser pensado de uma forma ampla. ( Marco Antonio Lopes Ferreira. 22.06.2011)


http://noticias.r7.com/videos/embaixada-italiana-e-abastecida-por-energia-solar-em-brasilia-df-/idmedia/4dee1f4fb51a597468ae2d0e.html




Embaixada da Itália vira usina de energia verde

Brasília já tem sua primeira Embaixada Verde. Equipada com painéis solares, a sede diplomática da Itália deve conquistar autonomia energética em breve e ainda pode contribuir para o abastecimento da rede elétrica da cidade

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Rodrigo Gerhardt – Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 11/02/2011Sh

A Embaixada da Itália, em Brasília, apresentou ontem, dia 9, um projeto pioneiro no país, batizado deEmbaixada Verde, no qual a sede diplomática pretende, em um curto período, conquistar aautonomia energética a partir de fontes renováveis e limpas. Para isso, foram instalados 405 painéis solares na cobertura de 4 mil metros quadrados do prédio, que poderão gerar 86 MWh por ano. A maior novidade é que a planta solar está conectada à rede elétrica da cidade, podendo repassar a energia excedente não-consumida para a Companhia Energética de Brasília (CEB).

Trata-se de um projeto-piloto em parceria com a Enel, gigante italiana do setor elétrico. “Nesse sistema não há baterias, o que torna o processo mais barato. Há na verdade uma troca: a energia excedente é entregue à rede para ser usada pela CEB, que ‘restitui’ essa energia para a embaixada à noite. No final de cada mês, é feito um acerto econômico pela diferença entre o que foi gerado e o que foi consumido”, informou Henrique de Las Morenas, gerente geral da Enel Green Power para o Brasil, durante a apresentação. Estima-se que a planta solar exporte 8 MW/h por ano.

A iniciativa surgiu a partir da preocupação com a conta de luz, como revelou o embaixador Gherardo La Francesca. “Quando cheguei ao Brasil e fiquei a par de toda a administração, me espantei com a conta de energia elétrica. Chegamos a fazer um estudo técnico de implantação de energia solar, mas era muito caro. Conseguimos, então, a parceria com o Grupo Enel e a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para esse projeto. Parte do custo de implantação será pago com a economia na conta de energia”, disse ele, que espera ver o projeto replicado em função da sua viabilidade técnica e financeira.

Também faz parte do projeto da Embaixada Verde a utilização de um carro elétrico desenvolvido pela Itaipu Binacional, em parceria com a Fiat. Ele ficará a serviço do embaixador e será abastecido com a energia produzida pelos painéis solares. “O carro será experimentado em seu uso urbano e passaremos os dados para os desenvolvedores. A embaixada se tornou um grande centro de pesquisa”, explicou La Francesca.

DE CONSUMIDOR A PRODUTOR 
A microgeração distribuída de energia, como é chamado esse sistema, é algo comum na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda inédito no Brasil. Na Itália, os consumidores que têm painéis solares em suas casas podem vender a energia extra que produzem para as companhias de energia elétrica e, assim, ter descontos na conta de luz ou mesmo receber um dinheirinho extra, além de proporcionar ganhos para o meio ambiente.

O coração do sistema é o uso de um medidor eletrônico bidirecional, capaz de medir tanto a energia consumida quanto a produzida. “O projeto ‘Embaixada Verde’ é rico pelo efeito prático de demonstração de como isso é possível também no Brasil”, afirma Nelton Miguel Friedrich, Diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional.

No Brasil, todos os medidores são analógicos e aferem apenas o consumo. “Até o final de 2012, queremos implementar um programa nacional de substituição dos medidores para que toda nova unidade de consumo tenha os equipamentos eletrônicos”, afirmou André Pepitone da Nóbrega, diretor da Aneel.

Ter vários pequenos produtores de energia integrados traz inúmeros benefícios, segundo especialistas:
- reduz a sobrecarga das redes,
- melhora o nível de tensão nos momentos de pico,
- diversifica a matriz energética,
- reduz as perdas e o impacto ambiental e
- aumenta a confiabilidade no sistema.

“Já temos tecnologia para isso, mas falta regulamentação no Brasil. Por enquanto, o sistema não é viável para os pequenos consumidores porque a implantação técnica ainda é mais cara do que a energia gerada, mas acreditamos que isso mudará logo, pois o custo da energia solar tem caído muito e o Brasil oferece grande potencial”, salientou Morenas.

De fato, o grande nó para a implementação dessa nova realidade, que poderá impulsionar a energia solar no país, é a falta de leis que regulem as energias limpas e a conexão dos geradores de pequeno porte para criar “redes inteligentes”. Segundo Nóbrega, da Aneel, já estão sendo feitas audiências e consultas públicas para estabelecer um marco regulatório para o setor, mas ainda sem prazo para qualquer definição.

O Brasil é considerado um dos países com maior potencial de exploração da energia solar por reunir alto nível de insolação – cerca de sete horas por dia – e alta tarifa ao consumidor final, o que viabiliza os investimentos.

Durante o seminário realizado para apresentar o projeto Embaixada Verde, o professor  Ricardo Rüther, coordenador do Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina, fez uma comparação do aproveitamento energético de todo o sol que brilha no nosso território: a água do lago de Itaipu, com 1350 km², é capaz de produzir 14 GW/ano; se painéis solares ocupassem a mesma área, produziriam 108 GW/ano.



Projeto audacioso da Shell " Prelude FLNG"

Conheçam a Prelude FLNG, será a primeira e maior unidade de produção e
liquefação de gás offshore do mundo












A Shell Autrália, acaba de bater o martelo na última sexta feira, e aprovar o grande projeto "Prelude FLNG", que demandam investimento na ordem de 12 bilhões de dólares! A previsão é a entrada em operação até o ano de 2017. Para a economia da Austrália o projeto irá significar 45 bilhões de dólares na balança comercial o desenvolvimento deste campo.
Sempre souberam que há muito gás e óleo na costa da Austrália, porém condições climáticas, e a proibição de construção de oleodutos submarinos sempre tornou proibitiva a extração e produção dos hidrocarbonetos naquele país. Mas a Shell junto com a Total da França, e Impex do Japão, desenvolveram um novo conceito de FPSO, que na verdade é um FLNG- Floating Liquefied Natural Gas, esta unidade será a maior já construída no mundo, e também será o maior objeto flutuante do mundo.
A construção será feita nos estaleiros Samsung na Coreia do Sul, em parceria com a Tecnip, que também fará a instalação da unidade no campo, em lâmina d´água de 250 metros.
Projeto audacioso à prova de tufões segundo a Shell, foram gastos mais de 1.600.000 mil horas de pesquisas para chegar a este tipo projeto, e outra grande novidade está no sistema de ancoragem.
Segundo eles será o mais reforçado já projetado, terá  o mais alto Turrent system, já instalado num navio, a escolha do sistema Turrent foi decisiva, pois as condições climáticas na costa da Austrália e Mar do Timor, não são nada agradáveis nas temporadas de Tufões, e por isso este projeto é feito para suportar Tufões cat. 5 ( a mais alta categoria ), e poderá operar com navios LNG aliviadores em condições de vento e correntes fortes.
Dimensões com 488 metros de comprimento. 74 metros de boca, 600 mil toneladas quando em carga total. Somente na construção serão usada 260 mil toneladas de aço, 3 vezes mais aço do que usado na construção da ponte Golden Gate. Cada esfera de armazenagem, terá o equivalente há 175 piscinas olímpicas. Será maior do que 4 campos de futebol.

Liquefação no mar

A grande vantagem do projeto, será a planta de liquefação que esta unidade
terá no convés, pois ai o gás poderá ser comprimido 600 vezes, à uma
temperatura de -162° Celsius. Com isso uma grande quantidade de gás poderá
ser armazenada nos tanques, e depois aliviada para navios LNG (gaseiros),
mas um revolucionário sistema irá usar água gelada do mar para ajudar a
reduzir mais espaço no convés, esta água gelada irá circular em torno dos
tanques, ajudando a manter baixa a temperatura.


O grande desafio foi desenvolver uma planta destas sobre um casco, pois em
terra estas plantas são enormes, porem esta é 4 vezes menor e com a mesma
capacidade de processamento.
Ela poderá armazenar até 200 mil metros cúbicos de LNG e 90 mil metros
cúbicos de LPG, e 126 mil metros cúbicos de condensado.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

BENTO XVI: ENERGIA LIMPA DEVE SER PRIORIDADE DOS GOVERNOS

 
Cidade do Vaticano, 10 jun (RV) – No mesmo dia em que o Papa Bento XVI lembrou as tragédias ambientais do primeiro semestre deste ano, Silvio Berlusconi, Primeiro-Ministro italiano, ao final de uma coletiva de imprensa na sede do Conselho dos Ministros, provocou mal estar ao dizer que não participará do referendo deste domingo e segunda-feira, quando os italianos votarão para decidir se as leis sobre a energia nuclear, administração e privatização da água, além do legitimo impedimento devem ou não  continuar ou entrar em vigor.
A jornalista diz que o Partido Povo da Liberdade, o Pdl, ao qual pertence Berlusconi, deu liberdade de escolha para votar a favor ou contra. E pergunta se o Primeiro-Ministro, enquanto alta autoridade, exercerá seu direito de voto.

Berlusconi responde: "Não penso em ir votar. É um direito do cidadão em situações de referendo".

Bento XVI, falando aos novos embaixadores junto à Santa Sé, em língua francesa, disse que o meio-ambiente não deve estar condicionado a fins políticos e economicos.

"O homem, ao qual Deus confiou a gestão da natureza, não pode ser dominado pela tecnologia transformando-se em objeto. Essa consciência deve conduzir os Estados a refletir em conjunto sobre o futuro do planeta a curto prazo, sobre suas responsabilidades no que diz respeito a nossa vida e a tecnologia. A ecologia humana é imperativa. Adotar um estilo de vida que respeite o ambiente e sustentar as pesquisa e o desenvolvimento de energias limpas, que respeitem o patrimônio da criação e sejam inofensivas aos seres humanos devem ser as prioridades politícas e econômicas". (RB)

Brasil poderá ser potência mundial em energia limpa, avaliam debatedores


Gustavo Lima
Miguel Rosseto (presidente da Petrobras Biocombustível), dep. Oziel Oliveira (1º vice presidente), Pietro Erber (diretor-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico), Arthur Lavieri (diretor-presidente da Suzlon Brasil)
Miguel Rosseto (E), da Petrobras Biocombustível, diz que é possível elevar a produção de etanol no País.
Com quase metade da matriz energética composta por fontes renováveis, o Brasil tem potencial para ampliar a produção de energia limpa e tornar-se uma potência energética mundial, disse o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rosseto. “O País está em uma posição estratégica excepcional, tem terra, água, sol, capacidade de trabalho, tecnologia e vontade de colocar esses recursos a serviço da sociedade”, ressaltou.


De acordo com Rosseto, que participou do seminário Sustentar XXI, realizado nesta quinta-feira pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, neste momento a Petrobras produz etanol e biodiesel em 14 usinas, uma delas em Moçambique, na África. Nos próximos dois anos, a empresa planeja iniciar a comercialização do biocombustível para avião. “No momento, já sabemos fazer o produto em laboratório e em planta-piloto, só não temos ainda competitividade econômica”, disse.
O executivo da Petrobras disse ainda que o Brasil pode praticamente dobrar sua capacidade de produção de etanol sem necessidade de utilizar novas terras. Segundo ele, hoje a produtividade brasileira é de 7 mil a 7,5 mil litros por hectare de cana, mas pode chegar a 12 mil litros somente com a utilização de novas tecnologias. “É possível aumentar a produção a partir do uso do bagaço da cana, com o açúcar das fibras de celulose”, explicou.
Energia eólica
Outra fonte promissora de geração elétrica ainda pouco explorada no Brasil é a eólica. De acordo com o diretor-presidente da Suzlon Energia Eólica do Brasil, Arthur Lavieri, essa fonte, além de abundante, é economicamente viável. Segundo disse, no último leilão realizado pelo governo para compra de energia, a eólica foi a segunda mais barata. “Perde só para as megausinas hidrelétricas”, garantiu. Nessa comparação, fica 15% mais cara.
Lavieri explicou ainda que o potencial brasileiro de geração de energia a partir dos ventos é de 350 mil megawatts. Atualmente, todo o parque gerador instalado no País produz 113 mil megawatts. “O Brasil poderá ser uma megapotência em energia renovável”, assegurou.
Apesar dessa enorme capacidade, a energia eólica contribui com menos de 1% da energia produzida no Brasil, com uma produção de apenas mil megawatts. A meta do setor é chegar a 5 mil megawatts em 2013. Para 2020, o projeto é responder por 10% do total.
De acordo com Lavieri, na Dinamarca a geração eólica pode atingir 53% do total, enquanto na Espanha pode responder por 44%, dependendo dos meses. Ele lembrou ainda que a Alemanha comprometeu-se a fechar suas usinas nucleares até 2022 e investir nas fontes solar e eólica.
Demanda crescente
Os participantes do seminário também ressaltaram que a demanda por energia nos próximos anos crescerá vertiginosamente. Somente no Brasil, em 2020 o consumo pode estar 60% superior ao atual. No mundo, 20% da população ainda vivem sem acesso ao serviço, o que corresponde a cerca de 1,5 bilhão de pessoas.
Durante o seminário, o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), lançou o programa Parlamento Zero, que prevê o plantio de 22 mil árvores em vários locais do País. Segundo estudos técnicos, esse número é suficiente para neutralizar a emissão de gases causadores de efeito estufa resultante das atividades da Câmara e do Senado.
Reportagem – Maria Neves 
Edição – Ralph Machado