Pensamento

" Não são os grandes planos que dão certos, são os pequenos detalhes" Stephen Kanitz

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

As causas dos desastres ambientais no Brasil

Enquanto a sociedade brasileira não se conscientizar das causas, para pressionar o governo a atacá-las, infelizmente as tragédias se repetirão
18/01/2012
Editorial da edição 464 do Brasil de Fato
Todo ano, quando chega o verão, é a mesma tragédia se repetindo. Rios extrapolam suas margens, morros despencam, casas são inundadas, dezenas, centenas de mortos!
Os jornais televisivos nos enchem de imagens da desgraceira humana. Milhares de pessoas afetadas, sem casa, sem comida e água potável.
Alguns comentaristas procuram logo os culpados: o prefeito que desviou a verba, o governador que está de férias, o ministro da Integração Nacional que se preocupa apenas com sua base eleitoral em Petrolina, o governo federal que sempre chega tarde. Recursos públicos sempre tem – parece até em abundancia – mas ele não chega antes. E quando vem, chega no endereço errado.
Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Aloizio Mercadante teve o desplante de dizer na televisão “que é assim mesmo, o governo não tem como evitar que todo verão ocorram tragédias socioambientais e com mortes”.
Mas ele não mora em nenhuma área de risco! Infelizmente os meios de comunicação no Brasil estão organizados apenas para dar lucro para seus proprietários. E nesse caso o que conta é explorar ao máximo a tragédia humana para aumentar as audiências e assim aumentarem os valores da publicidade. Quanto mais choro, desgraça, apelos desesperados, melhor para eles.
Enquanto isso, o povo brasileiro paga todo ano um alto preço, com vidas humanas, em geral entre os mais pobres.
Ninguém se preocupou em explicar ao povo as causas desses desastre socioambientais. Por que os rios extrapolam as margens? Por que nos morros e na beira de rios não tem mais arvores? Por que as pessoas se obrigam a construir suas casas nas encostas íngremes ou ao lado dos córregos e rios?
No desastre de dois anos atrás, no sul de Pernambuco e litoral de Alagoas – que destruiu em horas, treze pequenas cidades às margens de rios – houve uma única avaliação correta por parte das autoridades. Partiu do insuspeito ministro da Defesa Nelson Jobim, quando informou ao presidente Lula que a causa do desastre era a monocultura da cana. Que havia acabado com a proteção de mata ciliar nos rios, e empurrado os pobres para construir suas casas na beira dos rios, nos piores lugares das cidades.
Ficou registrado a opinião do ministro. Os desabrigados continuam sem emprego e sem casa. E a monocultura da cana, toda poderosa, com seus coronéis modernos, continua lá. Não é difícil imaginar que no próximo verão que a tragédia vai se repetir.
Temos várias pistas para debater as verdadeiras causas. A primeira vem dos especialistas em mudanças climáticas, que nos dizem que o desmatamento da Amazônia provocou um desequilíbrio nas chuvas. Assim, o que antes caía na mesma região, agora se transforma num verdadeiro rio celestial, e pela força dos ventos, todo período de verão é empurrado para baixo. Portanto, daqui para frente todo verão teremos chuvas torrenciais vindas da Amazônia na região Sudeste, provocadas pelo avanço do agronegócio da soja e da pecuária extensiva e seu desmatamento na Amazônia.
A segunda pista é o Código Florestal. Ele determina que todo córrego e rio tenha no mínimo 30 metros de proteção florestal nas suas margens, e de acordo com a largura do rio, deve aumentar proporcionalmente. Mas nas áreas da região Sudeste, o agronegócio não respeita. Planta cana, soja, pecuária até a margem do rio. Por isso, querem agora mudar o Código, para fugir das multas, e legalmente continuar não repondo as mata ciliar das margens dos rios e nos topos de montanha. Não tendo essa proteção da floresta no topo das montanhas e nas margens dos rios, cada vez que chove, a água desce e sobe com velocidade impressionante, destruindo tudo o que encontra pela frente.
A terceira pista é a especulação imobiliária praticada pelos capitalistas, que tomou conta de todas as cidades brasileiras. E os terrenos mais adequados viram milhões, e os pobres, ora os pobres, se obrigam a construir suas moradias nas encostas, manguezais, e na beira dos rios. E quando vem a chuva, tudo se perde.
A quarta pista é a impermeabilização asfáltica, que a hegemonia do transporte individual do automóvel está impondo nas cidades. Coloca-se asfalto em tudo, para ajudar o trânsito dos automóveis. As cidades são construídas para os automóveis e não para as pessoas.
Portanto, as verdadeiras causas dos desastres socioambientais estão no modelo de produção agrícola agroexportador do agronegócio, na especulação imobiliária nas cidades, e no desrespeito ao Código Florestal. Além disso, é claro, está na maldita indústria automobilística, que pode ajudar a aumentar o PIB, mas gera cada vez mais problemas para o povo.
Enquanto a sociedade brasileira não se conscientizar das causas, para pressionar o governo a atacá-las, infelizmente as tragédias se repetirão.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Salário mínimo no Brasil está muito longe do que se pensa na Suíça.

Enviado por Valéria Maniero - 24.01.2012 | 10h30m
Fonte: Miriam Leitão


LONGE DA CRISE


Suíça discute salário mínimo de 3.300 euros
Enquanto alguns países da Europa cortam gastos e salários, para enfrentar a crise da dívida, a Suíça discute um salário mínimo nas alturas. Para que os trabalhadores tenham uma "vida digna", os sindicatos estão propondo que o piso seja de 3.300 euros (R$ 7,5 mil aproximadamente). Os sindicatos patronais, no entanto, não veem a ideia com bons olhos.


Segundo matéria do "El Mundo", a União Sindical Suíça (USS) quer que a Constituição garanta um salário mínimo nesse valor para que 400 mil cidadãos possam "viver decentemente". O sindicato já teria 111 mil assinaturas em defesa da sua proposta, que parece não ter sensibilizado os empregadores.


Para eles, o estabelecimento de um valor para o mínimo não é uma boa solução, segundo o "El Mundo".


- Existem diferenças regionais nos níveis do salários e do custo de vida. Em algumas áreas, 3.300 euros podem ser suficientes para uma vida digna, enquanto em Zurich, 4.100 euros, às vezes, não são suficientes. Além disso, os sindicatos têm como base um modelo de família em que só uma pessoa trabalha, mas com frequência há duas fontes de rendimento - informou o sindicato patronal (UPS), de acordo com o jornal espanhol.

Carga tributária no Brasil continua massacrando o povo.

24/01/2012 - 18:44  Fonte: Veja / Economia

Carga tributária

Brasil oferece o pior retorno dos impostos à população

Levantamento do IBPT avaliou 30 países com as maiores cargas tributárias do mundo e concluiu que o Brasil tem a pior relação custo/benefício

Eduardo Tavares
Escola de palha em Balsas, no Maranhão
Brasil, com uma das maiores cargas tributárias do mundo, tem serviços públicos péssimos (Cristiano Mariz/VEJA)
Logotipo Exame.com Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra que, dentre 30 países pesquisados, o Brasil é que oferece o pior retorno em benefícios à população dos valores arrecadados por meio dos impostos.
O levantamento avaliou os países com as maiores cargas tributários do mundo, relacionando estes dados ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada nação. O resultado é expresso no Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (IRBES).
No Brasil, a carga tributária equivale a 35,13% do PIB. Em 2011, o IRBES do país foi de 135,83 pontos, o pior resultado no grupo de 30 economias pesquisadas. Itália, Bélgica e Hungria vêm em seguida no ranking (veja quadro com as dez primeiras posições).
Nações como Grécia, Uruguai e Argentina estão bem à frente do Brasil no que se refere ao retorno à população dos impostos arrecadados. O melhor resultado é o da Austrália, que tem uma carga tributária de 25,90% do PIB, com um índice de retorno de 164,18 pontos.
Países como Dinamarca, Noruega e Finlândia, conhecidos por oferecer serviços de alta qualidade a suas populações, entram na lista dos piores retornos por causa da elevada carga tributária. “O que puxa o índice é a carga de impostos. Dinamarca e Suécia arrecadam muito e, mesmo assim, não estão entre os primeiros quando se trata do IDH”, explica.
A Austrália, por exemplo, tem uma carga tributária de 25,90% do PIB, quase metade da dinamarquesa (44,06% do PIB). O IDH australiano, entretanto, é de 0,929, enquanto o da Dinamarca é de 0,895. “Países que oferecem melhores retornos à população, como no caso da Austrália, conseguem manter um IDH elevado com menos recursos do que, por exemplo, a Dinamarca e a Noruega”, diz Olenike.
infográfico do retorno dos impostos ao contribuinte

sábado, 14 de janeiro de 2012

Energia Limpa na Antártica

09/01/2012 20:05

Brasil é o primeiro país a gerar energia limpa a 

partir de biocombustível na Antártica

 
Assessoria / WQ
Em uma iniciativa pioneira, o Brasil vai iluminar a Estação Antártica Comandante Ferraz com um motogerador a etanol  A ação faz parte da comemoração dos 30 anos da Estação, operada pela Marinha do Brasil, e conta com a parceria da Vale Soluções em Energia (VSE) e da Petrobras.
Na quarta-feira (11), o ministro da Defesa, Celso Amorim, estará na Antártica para visitar a Estação, onde dará partida na operação do motogerador a etanol, que tem capacidade de suprir, com folga, toda a energia necessária às operações e aos programas científicos lá realizados.
A partir do evento, o motogerador passará a operar continuamente na Antártica, dando início ao programa científico que faz do Brasil o primeiro país do mundo a utilizar biocombustível para produção de energia no continente.  
Segundo Celso Amorim, a iniciativa brasileira é digna de celebração, pois coloca o país em destaque no cenário tecnológico mundial e alinhado com a meta da ONU, que declarou 2012 como o Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos.
O projeto – O motogerador a etanol brasileiro foi desenvolvido com tecnologia totalmente nacional e gera energia limpa, sem qualquer tipo de aditivo, a partir de um sofisticado equipamento de controle e comando via internet. A tecnologia foi desenvolvida pela VSE, uma empresa da Vale e do BNDES.
A Petrobras fornece 350 mil litros de etanol, idêntico ao utilizado nos veículos nacionais, e fará o acompanhamento tecnológico para validar a utilização do biocombustível em condições climáticas severas.
O projeto é beneficiado pela Lei da Inovação, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que promove e incentiva o desenvolvimento de produtos e processos inovadores voltados para atividades de pesquisa.
O equipamento e o biocombustível partiram em outubro do Brasil para a Antártica no navio de Pesquisas Oceânicas Ary Rongel. Em seguida, uma equipe de engenheiros brasileiros partiu para o continente para realizar as instalações e os testes necessários ao funcionamento do equipamento.
A partir de agora e durante um ano, o motogerador vai operar em total sincronismo com os motogeradores já existentes a diesel, preservando o parque energético atual como uma medida adicional de segurança. 
Estação Antártica Comandante Ferraz – A estação brasileira é operada pela Marinha do Brasil e foi instalada na Baía do Almirantado, localizada na Ilha Rei George, no verão de 1984. A partir de 1986, passou a ser ocupada anualmente e guarnecida por militares da Marinha do Brasil e pesquisadores, podendo acomodar até 58 pessoas. A estação possui laboratórios destinados às ciências biológicas, atmosféricas e químicas.
A partida na operação do motogerador a etanol é um dos eventos que marcam os 30 anos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), gerenciado pela Marinha por meio da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM).
Criado em janeiro de 1982, o Proantar tem realizado importantes pesquisas científicas em diversas áreas de conhecimento, de forma a respaldar a condição do Brasil de membro consultivo do Tratado da Antártica, assegurando a participação nacional nos processos decisórios relativos ao futuro daquele continente.
Acompanham o ministro da Defesa na missão à Antártica o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito.

Energia Limpa

 Atualizado em sexta-feira, 13 de janeiro de 2012 - 09h29

Teto do Maracanã será usina de energia limpa

Estádio ganha placas para captação de energia solar, capazes de abastecer 240 residências por um ano
Produção anual será o equivalente ao consumo de 240 residências / Carlos Magno/ AEProdução anual será o equivalente ao consumo de 240 residênciasCarlos Magno/ AE

Mesmo ainda em obras para a Copa do Mundo de 2014, o Maracanã vai começar a produzir energia limpa já a partir do início do ano que vem. Placas para a captação de energia solar serão instaladas em uma área de 2,5 mil m2 sobre o anel de compressão, que suportará a nova cobertura de lona tensionada do estádio localizado no Rio de Janeiro.

Esses paineis vão captar a energia do sol para transformá-la em elétrica. O teto do Maracanã será capaz de gerar 670 mil kwh por ano, ou seja, cerca de 25% de toda a energia que o estádio consome, o equivalente ao consumo de 240 residências no mesmo período. Esse sistema vai evitar que mais de 2,5 mil toneladas de gás carbônico sejam jogadas na atmosfera.

No entanto, o gigante de cimento não irá usufruir do que gerar. Na verdade, ele será uma grande usina de energia. Primeiro, para a Light e para a EDF (Electricité de France), empresas que fecharam uma parceria com o Governo do Estado para a implantação do projeto.

As duas vão bancar o sistema, no qual serão investidos cerca de R$ 6 milhões, sem custos para o Governo. Em troca, elas vão vender no mercado a energia produzida durante cinco ou seis anos, o tempo necessário para pagar o investimento feito.

“Após esse período, a usina será transferida para o Estado, que poderá continuar vendendo esta energia ao mercado ou utilizá-la em imóveis estaduais”, disse o Secretário de Estado da Casa Civil, Regis Fichtner.

Segundo o diretor de energia da Light, Evandro Vasconcelos, o Maracanã vai gerar energia para consumo da cidade: “O maior consumo do estádio é durante a noite, em dias de jogos, e não no momento em que o sistema vai produzir mais energia, durante o dia. Por isso, ele vai gerar energia e injetá-la na rede e, à noite, ele a pega de volta da rede”.

O interesse das empresas é explorar o marketing e vender essa energia mais cara, sob a marca de ser energia limpa do famoso Maracanã.

Complexo solar
O projeto poderá ser expandido para outras instalações do Complexo do Maracanã, como o Maracanãzinho, o Parque Aquático Júlio de Lamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros. Até locais no entorno, como a Uerj, poderão receber as placas fotovoltaicas.

“A ideia é transformar toda essa área em um grande complexo produtor de energia renovável”, revela Vasconcelos.

Dessa forma, o complexo - que teria investimento de até R$ 15 milhões - seria capaz de produzir quase quatro vezes mais energia que o Maracanã vai gerar sozinho.

“Essa é a energia do século 21, limpa e produzida no local, com zero impacto ambiental. O Maracanã vai liberar energia para a região em volta dele e aliviar o consumo”, diz Vasconcelos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Juízes e Servidores

12/01/2012 - 17h13

Coaf aponta operações atípicas de R$ 855 milhões de juízes e servidores



FELIPE SELIGMAN
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

Um relatório do Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda) revela que 3.426 magistrados e servidores do Judiciário fizeram movimentações consideradas "atípicas" no valor de R$ 855 milhões entre 2000 e 2010.
O documento ressaltou algumas situações consideradas suspeitas, como o fato de três pessoas, duas delas vinculadas ao Tribunal da Justiça Militar de São Paulo e uma do Tribunal de Justiça da Bahia, terem movimentado R$ 116,5 milhões em um único ano, 2008.
Segundo o relatório, 81,7% das comunicações consideradas atípicas estão concentradas no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), Tribunal de Justiça da Bahia e o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.
Sem apontar nomes ou separar entre servidores e juízes, os dados também mostram que ocorreram depósitos, em espécie, no total de R$ 77,1 milhões realizados nas contas dessas pessoas.
O documento de 13 páginas, ao qual a Folha teve acesso, foi encaminhado na tarde desta quinta-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon. Ela disse ao STF não ter havido quebra de sigilo para se chegar às informações.
"Atipicidade" nas movimentações não significa crime ou irregularidade, mas apenas que aquela operação financeira fugiu aos padrões da norma bancária e do sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro.
O Coaf apurou uma relação de 216 mil servidores do Poder Judiciário. Deste universo, 5.160 pessoas figuraram em 18.437 comunicações de operações financeiras encaminhadas ao Coaf por diversos setores econômicos, como bancos e cartórios de registro de imóveis.
As comunicações representaram R$ 9,48 bilhões, entre 2000 e novembro de 2010. O Coaf considerou que a maioria deste valor tem explicação plausível, como empréstimos efetuados ou pagos.
Dos R$ 855 milhões considerados "atípicos" pelo Coaf, o ápice ocorreu em 2002, quando "uma pessoa relacionada ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região", no Rio de Janeiro, movimentou R$ 282,9 milhões.
Em 2010, R$ 34,2 milhões integraram operações consideradas suspeitas.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

TRISTE JUDICIÁRIO



MARCO ANTONIO VILLA
O Globo
Publicado em 13/12/2011
PELO VALOR DO ARTIGO O GRUPO GUARARAPES SE ORGULHA EM REPASSÁ-LO

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é formado por 33 ministros. Foi criado pela Constituição de 1988. Poucos conhecem ou acompanham sua atuação, pois as atenções nacionais estão concentradas no Supremo Tribunal Federal. No site oficial está escrito que é o tribunal da cidadania. Será?
Um simples passeio pelo site permite obter algumas informações preocupantes.
O tribunal tem 160 veículos, dos quais 112 são automóveis e os restantes 48 são vans, furgões e ônibus. É difícil entender as razões de tantos veículos para um simples tribunal. Mais estranho é o número de funcionários. São 2.741 efetivos.
Muitos, é inegável. Mas o número total é maior ainda. Os terceirizados representam 1.018. Desta forma, um simples tribunal tem 3.759 funcionários, com a média aproximada de mais de uma centena de trabalhadores por ministro!! Mesmo assim, em um só contrato, sem licitação, foram destinados quase R$2 milhões para serviço de secretariado.
Não é por falta de recursos que os processos demoram tantos anos para serem julgados. Dinheiro sobra. Em 2010, a dotação orçamentária foi de R$940 milhões. O dinheiro foi mal gasto. Só para comunicação e divulgação institucional foram reservados R$11 milhões, para assistência médica a dotação foi de R$47 milhões e mais 45 milhões de auxílio-alimentação. Os funcionários devem viver com muita sede, pois foram destinados para compra de água mineral R$170 mil. E para reformar uma cozinha foram gastos R$114 mil. Em um acesso digno de Oswaldo Cruz, o STJ consumiu R$225 mil em vacinas. À conservação dos jardins — que, presumo, devem estar muito bem conservados — o tribunal reservou para um simples sistema de irrigação a módica quantia de R$286 mil.
Se o passeio pelos gastos do tribunal é aterrador, muito pior é o cenário quando analisamos a folha de pagamento. O STJ fala em transparência, porém não discrimina o nome dos ministros e funcionários e seus salários. Só é possível saber que um ministro ou um funcionário (sem o respectivo nome) recebeu em certo mês um determinado salário bruto. E só. Mesmo assim, vale muito a pena pesquisar as folhas de pagamento, mesmo que nem todas, deste ano, estejam disponibilizadas. A média salarial é muito alta. Entre centenas de funcionários efetivos é muito difícil encontrar algum que ganhe menos de 5 mil reais.
Mas o que chama principalmente a atenção, além dos salários, são os ganhos eventuais, denominação que o tribunal dá para o abono, indenização e antecipação das férias, a antecipação e a gratificação natalinas, pagamentos retroativos e serviço extraordinário e substituição. Ganhos rendosos. Em março deste ano um ministro recebeu, neste item, 169 mil reais. Infelizmente há outros dois que receberam quase que o triplo: um, R$404 mil; e outro, R$435 mil. Este último, somando o salário e as vantagens pessoais, auferiu quase meio milhão de reais em apenas um mês! Os outros dois foram “menos aquinhoados”, um ficou com R$197 mil e o segundo, com 432 mil. A situação foi muito mais grave em setembro. Neste mês, seis ministros receberam salários astronômicos: variando de R$190 mil a R$228 mil.
Os funcionários (assim como os ministros) acrescem ao salário (designado, estranhamente, como “remuneração paradigma”) também as “vantagens eventuais”, além das vantagens pessoais e outros auxílios (sem esquecer as diárias). Assim, não é incomum um funcionário receber R$21 mil, como foi o caso do assessor-chefe CJ-3, do ministro 19, os R$25,8 mil do assessor-chefe CJ-3 do ministro 22, ou, ainda, em setembro, o assessor chefe CJ-3 do do desembargador 1 recebeu R$39 mil (seria cômico se não fosse trágico: até parece identificação do seriado “Agente 86”).

Em meio a estes privilégios, o STJ deu outros péssimos exemplos. Em 2010, um ministro, Paulo Medina, foi acusado de vender sentenças judiciais. Foi condenado pelo CNJ. Imaginou-se que seria preso por ter violado a lei sob a proteção do Estado, o que é ignóbil. Não, nada disso. A pena foi a aposentadoria compulsória. Passou a receber R$25 mil. E que pode ser extensiva à viúva como pensão. Em outubro do mesmo ano, o presidente do STJ, Ari Pargendler, foi denunciado pelo estudante Marco Paulo dos Santos. O estudante, estagiário no STJ, estava numa fila de um caixa eletrônico da agência do Banco do Brasil existente naquele tribunal. Na frente dele estava o presidente do STJ. Pargendler, aos gritos, exigiu que o rapaz ficasse distante dele, quando já estava aguardando, como todos os outros clientes, na fila regulamentar. O presidente daquela Corte avançou em direção ao estudante, arrancou o seu crachá e gritou: “Sou presidente do STJ e você está demitido. Isso aqui acabou para você.” E cumpriu a ameaça. O estudante, que dependia do estágio — recebia R$750 —, foi sumariamente demitido.
Certamente o STJ vai argumentar que todos os gastos e privilégios são legais. E devem ser. Mas são imorais, dignos de uma república bufa. Os ministros deveriam ter vergonha de receber 30, 50 ou até 480 mil reais por mês. Na verdade devem achar que é uma intromissão indevida examinar seus gastos. Muitos, inclusive, podem até usar o seu poder legal para coagir os críticos. Triste Judiciário. Depois de tanta luta para o estabelecimento do estado de direito, acabou confundindo independência com a gastança irresponsável de recursos públicos, e autonomia com prepotência. Deixou de lado a razão da sua existência: fazer justiça.
MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos (SP).

UM ARTIGO DESTE QUILATE ACABA COM QUALQUER ESPERANÇA DE VIVERMOS NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
QUANDO A JUSTIÇA É DESACREDITADA ESTAMOS NUM FIM DE UMA ERA. ALGUMA COISA VAI ACONTECER.
POBRE PÁIS. POBRE POVO ENGANADO PELA DEMAGOGIA E POR LADRÕES DA COISA PÚBLICA.
PARABENS PELA CORAGEM MORAL PROFESSOR ANTÔNIO VILLA.
GRUPO  GUARARAPES

Água mais pura do mundo.

Cientistas russos estão a ponto de extrair água mais pura e antiga do mundo

"Recomeçamos a perfuração do gelo antártico em 2 de janeiro. Neste tempo, avançamos 16 metros", afirmou Lukin, subdiretor do Instituto de Pesquisas Árticas e Antárticas (IIAA), com sede em São Petersburgo.
Embora seja desconhecida com exatidão a profundidade máxima do lago, o cientista acredita que nas próximas semanas o perfurador, que no ano passado superou 70 metros de gelo grosso em menos de um mês, chegue ao seu destino.
"Estamos em 3.736 metros e poderiam faltar entre 10 e 50", disse Lukin, que destacou que os cientistas usaram o método sísmico e de radiolocalização para calcular os dados, cuja margem de erro é de cerca de 20 metros.
Lukin explicou que a expedição russa chegou à Antártida em 28 de novembro e dedicou mais de um mês para preparar os equipamentos e analisar as mudanças observadas no gelo para retomar a perfuração.
No ano passado, a expedição russa se viu obrigada a adiar os trabalhos devido ao aumento da pressão e a diminuição das temperaturas, formando cristais de gelo que impediram seu avanço.
O Vostok, lago que ficou escondido durante milhões de anos, abriga um ecossistema único que está repleto de oxigênio com níveis 50 vezes superiores aos de água doce.
"Essa água é provavelmente a mais pura e antiga do planeta. Não temos provas concretas, mas dados de que a superfície é estéril, embora no fundo do lago haja formas de vida como termófilos e extremófilos (microorganismos que vivem em condições extremas)", destacou Lukin.
Conforme os cientistas russos, os resultados da exploração do lago antártico serão fundamentais para o estudo da mudança climática na Terra durante os próximos séculos, já que o Vostok é uma espécie de termostato isolado do resto da atmosfera e da superfície da biosfera durante milhões de anos.
Com cerca de 300 quilômetros de comprimento, 50 de largura e quase 1 mil metros de profundidade em algumas áreas, o Vostok é uma massa de água doce em estado líquido que está no centro da Antártida.
Com uma superfície de 15.690 quilômetros quadrados, similar a do siberiano Baikal, a maior reserva de água doce do mundo, o Vostok é o maior lago subterrâneo entre os mais de 100 que estão sob o gelo antártico.
Descoberto em 1957 por cientistas russos, o Vostok foi incluído na lista das descobertas geográficas mais importantes do século 20. EFE

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ministra Eliana Calmon continua sob o fogo cruzado do STF

Extraído de: Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário no Est... - 3 horas atrás

Ministra Eliana Calmon: Estou vendo a serpente nascer, não posso calar

Após ataques de ministro do Supremo, corregedora nacional da Justiça afirma que não irá esmorecer na investigação do Judiciário

Alvo de 9 entre 10 juízes, e também do ministro Março Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não aceitam seu estilo e determinação, a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justiça, manda um recado àqueles que querem barrar seu caminho. "Eles não vão conseguir me desmoralizar, isso não vão conseguir."

Calmon avisa que não vai recuar. "Eu estou vendo a serpente nascer, não posso me calar."

Na noite desta segunda feira, 9, o ministro do STF disparou a mais pesada artilharia contra a corregedora desde que ela deu início à sua escalada por uma toga transparente, sem regalias.

No programa Roda Viva, da TV Cultura, Março Aurélio partiu para o tudo ou nada ao falar sobre os poderes dela no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "Ela tem autonomia? Quem sabe ela venha a substituir até o Supremo."

Ao Estado , a ministra disse que seus críticos querem ocultar mazelas do Judiciário.

Estado: A sra. vai esmorecer?

MINISTRA ELIANA CALMON: Absolutamente, pelo contrário. Eu me sinto renovada para dar continuidade a essa caminhada, não só como magistrada, inclusive como cidadã. Eu já fui tudo o que eu tinha de ser no Poder Judiciário, cheguei ao topo da minha carreira. Eu tenho 67 anos e restam 3 anos para me aposentar.

ESTADO: Os ataques a incomodam?

ELIANA CALMON: Perceba que eles atacam e depois fazem ressalvas. Eu preciso fazer alguma coisa porque estou vendo a serpente nascer e eu não posso me calar. É a última coisa que estou fazendo pela carreira, pelo Judiciário. Vou continuar.

ESTADO: O que seus críticos pretendem?

ELIANA CALMON: Eu já percebi que eles não vão conseguir me desmoralizar. É uma discussão salutar, uma discussão boa. Nunca vi uma mobilização nacional desse porte, nem quando se discutiu a reforma do Judiciário. É um momento muito significativo. Não desanimarei, podem ficar seguros disso.

ESTADO: O ministro Março Aurélio deu liminar em mandado de segurança e travou suas investigações. Na TV ele foi duro com a sra.

ELIANA CALMON: Ele continua muito sem focar nas coisas, tudo sem equidistância. Na realidade é uma visão política e ele não tem motivos para fazer o que está fazendo. Então, vem com uma série de sofismas. Espero esclarecer bem nas informações ao mandado de segurança. Basta ler essas informações. A imprensa terá acesso a essas informações, a alguns documentos que vou juntar, e dessa forma as coisas ficarão bem esclarecidas.

ESTADO: O ministro afirma que a sra. violou preceitos constitucionais ao afastar o sigilo de 206 mil investigados de uma só vez e comparou-a a um xerife.

ELIANA CALMON: Ficou muito feio, é até descer um pouco o nível. Não é possível que uma pessoa diga que eu violei a Constituição. Então eu não posso fazer nada. Não adianta papel, não adianta ler, não adianta documentos. Não adianta nada, essa é a visão dele. Até pensei em procura-lo, eu me dou bem com ele, mas acho que é um problema ideológico. Ou seja, ele não aceita abrir o Judiciário.

ESTADO: O que há por trás da polêmica sobre sua atuação?

ELIANA CALMON: Todo mundo vê a serpente nascendo pela transparência do ovo, mas ninguém acredita que uma serpente está nascendo. Os tempos mudaram e eles não se aperceberam, não querem aceitar. Mas é um momento que eu tenho que ter cuidado para não causar certo apressamento do Supremo, deixar que ele (STF) decida sem dizer, 'ah, mas ela fez isso e aquilo outro, ela é falastrona, é midiática'. Então eu estou quieta. As coisas estão muito claras.

ESTADO: A sra. quebrou o sigilo de 206 mil magistrados e servidores?

ELIANA CALMON: Nunca houve isso, nunca houve essa história. Absolutamente impossível eu pedir uma quebra de sigilo de 206 mil pessoas. Ninguém pode achar na sua sã consciência que isso fosse possível. É até uma insanidade dizer isso. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) age com absoluta discrição, como se fosse uma bússola. Aponta transações atípica. Nunca ninguém me informou nomes, nada. Jamais poderia fazer uma quebra atingindo universo tão grande. Mas eu tenho anotações de alguns nomes, algumas suspeitas. Então, quando você chega num tribunal, principalmente como o de São Paulo, naturalmente que a gente já tem algumas referências, mas é uma amostragem. Não houve nenhuma devassa, essa é a realidade.

ESTADO: A sra. não tinha que submeter ao colegiado o rastreamento de dados?

ELIANA CALMON: O regimento interno do CNJ é claro. Não precisa passar pelo colegiado, realmente. E ele (ministro Março Aurélio) deu a liminar (ao mandado de segurança) e não passou pelo Pleno do STF. E depois que eu fornecer as informações ao mandado de segurança e depois que eu der resposta à representação criminal ficarei mais faladora. Estou muito calada porque acho que essas informações precisam ser feitas primeiro. Eu não vou deixar nada sem os esclarecimentos necessários.

ESTADO: Duas liminares, dos ministros Março Aurélio e Ricardo Lewandowski, ameaçam o CNJ. A sra. acredita que elas poderão ser derrubadas pelo Pleno do STF?

ELIANA CALMON: Esperança eu tenho. Agora, tradicionalmente o STF nunca deixou o seu presidente sem apoio, nunca. Todas as vezes eles correram e conseguiram dar sustentação ao presidente. Qual é a minha esperança: eu acho que o Supremo não é mais o mesmo e a sociedade e os meios de comunicação também não são mais os mesmos. Não posso pegar exemplos do passado para dizer que não acredito em uma decisão favorável. Estamos vivendo um outro momento. Não me enche de esperanças, mas dá esperanças para que veja um fato novo, não como algo que já está concretizado. Tudo pode acontecer.

ESTADO: O ministro Março Aurélio diz que a competência das Corregedorias dos tribunais estaduais não pode ser sobrepujada pelo CNJ.

ELIANA CALMON: Tive vontade de ligar, mandar um torpedo (para o programa Roda Viva) para dizer que as corregedorias sequer investigam desembargador. Quem é que investiga desembargador? O próprio desembargador. Aí é que vem a grande dificuldade. O grande problema não são os juízes de primeiro grau, são os Tribunais de Justiça. Os membros dos TJs não são investigados pelas corregedorias. As corregedorias só tem competência para investigar juízes de primeiro grau. Nada nos proíbe de investigar. Como juíza de carreira eu sei das dificuldades, principalmente quando se trata de um desembargador que tem ascendência política, prestígio, um certo domínio sobre os outros.

ESTADO: A crise jogou luz sobre pagamentos milionários a magistrados.

ELIANA CALMON: Essas informações já vinham vazando aqui e acolá. Servidores que estavam muito descontentes falavam disso, que isso existia. Os próprios juízes falavam que existia. Todo mundo falava que era uma desordem, que São Paulo é isso e aquilo. Quando eu fui investigar eu não fui fazer devassa. São Paulo é muito grande, nunca foi investigado. Não se pode, num Estado com a magnitude de São Paulo, admitir um tribunal onde não existe sequer controle interno. O controle interno foi inaugurado no TJ de São Paulo em fevereiro de 2010. São Paulo não tem informática decente. O tribunal tem uma gerência péssima, sob o ponto de vista de gestão. Como um tribunal do de São Paulo, que administra mais de R$ 20 bilhões por ano, não tinha controle interno?

ESTADO: Qual a sua estratégia?

ELIANA CALMON: Primeiro identificar a fonte pagadora em razão dessas denúncias e chegar a um norte. São Paulo não tem informática decente. Vamos ver pagamentos absurdos e se isso está no Imposto de renda. A declaração IR até o presidente da República faz, vai para os arquivos da Receita. Não quebrei sigilo bancário de ninguém. Não pedi devassa fiscal de ninguém. Fui olhar pagamentos realizados pelo tribunal e cotejar com as declarações de imposto de renda. Coisa que fiz no Tribunal Regional do Trabalho de Campinas e no tribunal militar de São Paulo, sem problema nenhum. Senti demais quando se aposentou o desembargador Maurício Vidigal, que era o corregedor do Tribunal de Justiça de São Paulo. Um magistrado parceiro, homem sério, que resolvia as coisas de forma tranquila.

FONTE: Jornal O Estado de São Paulo / Fausto Macedo

Energia

MPX, de Eike Batista, forma joint-venture com alemã E.ON

Negócio cria a maior empresa privada de energia do Brasil

Eike Batista, empresário Eike Batista em novo negócio: empresa alemã ficará com 10% de participação na brasileira MPX (Paulo Vitor/Agência Estado)
A empresa de energia MPX anunciou nesta quarta-feira a formação de uma joint-venture com a elétrica alemã E.ON, que formará a maior empresa privada de energia do Brasil. "Queremos construir um novo campeão no setor energético e encontramos na MPX o parceiro ideal", afirmou o presidente da companhia alemã, Johannes Teyssen, em teleconferência com a imprensa nesta manhã.
Pelo acordo, a MPX vai levantar 1 bilhão de reais por meio de aumento de capital em que a E.ON vai participar no final com cerca de 850 milhões de reais. Com isso, a elétrica alemã assumirá participação de 10% na empresa de energia do conglomerado do empresário Eike Batista. A expectativa é que a operação seja concluída no segundo trimestre deste ano e que a aliança produza uma empresa com capacidade de geração total de 20 GW.
A joint-venture em partes iguais "será o único veículo de investimento para novos projetos de energia de ambas as companhias no Brasil e no Chile e será responsável pelo desenvolvimento, execução e operação de empreendimentos de energia térmica e renovável nestes países, além de todas as atividades de suprimento e comercialização", afirma a MPX em comunicado.
Para formar o novo empreendimento da dupla, a MPX entregará à joint-venture 50% de sua carteira de empreendimentos térmicos sem contrato de compra e venda de energia - e a E.ON terá opção de comprar participação adicional no projeto de energia no Porto de Açu, que está sendo erguido no Rio de Janeiro.
A joint-venture também reunirá atividades de suprimento e comercialização da MPX e os projetos de energia renovável da empresa de Batista. As usinas térmicas têm capacidade total de 10,35 GW, enquanto os projetos de energia renovável são de fonte solar (5 MW) e eólica (113 MW).
Parte do plano de aliança das duas empresas prevê que a MPX faça cisão de ativos de mineração de carvão na Colômbia, criando uma nova empresa, a CCX, que será listada no Novo Mercado da BM&FBovespa. Esta nova empresa receberá 814 milhões de reais em caixa da MPX e os acionistas da MPX receberão um papel da CCX para cada ação da MPX que detiverem. Essa cisão ocorrerá com conversão de debêntures em ações ordinárias.
Leilão - Em teleconferência, Eike Batista afirmou que a joint-venture entre a MPX e a alemã E.ON participará do próximo leilão de energia A-3. Eike declinou de dizer se a empresa, ainda sem nome, participará com energia eólica ou a gás, disse apenas que o projeto é "bom". Sobre a quantidade de megawatts, disse que participará com "bastante".

Contudo, Eike Batista disse acreditar mais na energia solar do que na eólica. "Pessoalmente acredito muito na energia solar. Vejo uma crise surgindo no megawatt instalado na eólica", afirmou, em inglês, com tradução simultânea.

A parceria entre a MPX e a E.ON tem como meta desenvolver uma capacidade total de 20.000 MW no Brasil e no Chile. Segundo os executivos das empresas, não há uma meta de quanto desses 20 mil MW virão de energia renováveis.
(Com Reuters e Agência Estado)

Mineração

Vale concorre ao título de pior empresa do mundo

Postado em 10/01/2012 às 18h06
A indicação tem como base os inúmeros impactos ambientais, sociais e trabalhistas causados na última década pelas atividades da corporação no Brasil e no mundo l Imagem: Divulgação/Public Eye Awards
 
 A Vale, mineradora brasileira presente em 38 países e considerada hoje a maior corporação de mineração de ferro do mundo, é uma das seis finalistas do prêmio Public Eye Award, que todos os anos escolhe a pior empresa do planeta por voto popular e anuncia a vencedora durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. É a primeira vez que uma empresa brasileira concorre ao prêmio.

A indicação da Vale para o Public Eye Award 2012 foi feita pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale (International Network of People Affected by Vale) através da organização brasileira Rede Justiça nos Trilhos, sediada no Maranhão, em parceria com as ONGs internacionais Amazon Watch e International Rivers, e tem como base os inúmeros impactos ambientais, sociais e trabalhistas causados na última década pelas atividades da corporação no Brasil e no mundo.

A entrada da empresa, em meados de 2010, no Consórcio Norte Energia SA, empreendimento responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, no Pará, foi considerado pelos organizadores do prêmio, Greenpeace Suíça e Declaração de Berna, o fator determinante para a sua inclusão na lista das seis finalistas do Public Eye deste ano.

A Vale detém 9% das ações do Consórcio, que será responsável pelo deslocamento forçado de cerca de 40 mil pessoas, atingindo direta e indiretamente 14 comunidades indígenas do Médio Xingu.
Notícia do AdNews