Pensamento

" Não são os grandes planos que dão certos, são os pequenos detalhes" Stephen Kanitz

terça-feira, 26 de junho de 2012

Coca-cola vendida no Brasil teria maiores taxas de corante cancerígeno


Valor encontrado ainda está abaixo do limite estabelecido pela Anvisa.
Substância é usada no corante caramelo, usado na bebida.

Do G1, em São Paulo
Um estudo divulgado nos Estados Unidos pelo Centro de Ciência de Interesse Público (CSPI, na sigla em inglês), nesta terça-feira (26), mostra que as latas do refrigerante Coca-cola vendidas no Brasil têm a mais alta concentração da substância 4-metil imidazol (4-MI), que, em altas quantidades, poderia levar ao câncer.
PaísQuantidade de 4-MI por 355 ml de refrigerante
Brasil267 mg
Quênia177 mg
Canadá160 mg
Emirados Árabes Unidos155 mg
México147 mg
Reino Unido145 mg
Estados Unidos (Washington)144 mg
Japão72 mg
China56 mg
 As latinhas analisadas no país apresentaram 267 mg de 4-MI por 355 ml de refrigerante. A substância é usada na fabricação do corante caramelo. Pelas normas brasileiras, estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seu uso é permitido, “desde que o teor de 4-metil imidazol não exceda no mesmo a 200mg/kg (duzentos miligramas por quilo)”.
O valor encontrado nas latinhas brasileiras está abaixo do limite da Anvisa, mas é o mais alto entre os países analisados. O Quênia fica em segundo lugar, com 177 mg de 4-MI por 355 ml, seguido por Canadá (160 mg), Emirados Árabes Unidos (155 mg), México (147 mg), Reino Unido (145 mg), Estados Unidos (Washington - 144 mg), Japão (72 mg) e China (56 mg).
A pesquisa foi feita pelo mesmo instituto de pesquisas que, em março fez o mesmo alertapara a substância em latinhas de refrigerante encontradas na Califórnia. Depois disso, a Coca-cola alterou sua fórmula e a taxa de 4-Mi local caiu para 4 mg por 355 ml.
De acordo com a Coca-Cola, a quantidade da substância 4-MI presente no corante caramelo utilizado dos produtos é "absolutamente segura". A empresa afirma que "os índices do ingrediente apontados em amostra brasileira de Coca-Cola pela recente pesquisa do CSPI (Center for Science in the Public Interest) estão dentro dos padrões aprovados pela Anvisa".


A companhia informou que não vai alterar sua fórmula mundialmente conhecida. "Mudanças no processo de fabricação de qualquer um dos ingredientes, como o corante caramelo, não tem potencial para modificar a cor ou o sabor da bebida. Ao longo dos anos já implementamos outras mudanças no processo de fabricação de ingredientes, no entanto, sem alterar nossa fórmula secreta", informou a empresa, via nota.


Ainda segundo a Coca-Cola Brasil, seus produtos são fabricados dentro das normas de segurança e a empresa continuará a seguir orientações de "evidências científicas sólidas".


Entenda o caso
Em março, o toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (Ceatox), explicou ao G1 que a substância se mostrou tóxica para ratos e camundongos na concentração de 360 mg/kg, que é pouco menos que o dobro do limite legal no Brasil.
O especialista explicou que o órgão mais exposto ao câncer nesses animais foi o pulmão. O fígado também ficou sujeito a diversas alterações, incluindo câncer. Além disso, foram registradas mudanças neurológicas, como convulsões e excitabilidade
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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Lâmpadas de água com Pet de 2L

Basta que queiramos e as invenções aparecem, algumas muito simples podem melhorar a vida das pessoas diminuindo a poluição, economizando energia e trazendo benefícios muito importantes. Nas reportagens abaixo, duas importantes soluções para que possamos atingir esses caminhos, o Brasil com toda energia solar que possui, pode minimizar a carência de iluminação em lugares que não possuam redes elétricas e para famílias carentes diminuindo em até 30 % o custo da energia elétrica, esta matéria está na segunda reportagem, e na primeira reportagem feita pela Ana Maria Braga no programa Mais Você, mostra como podemos ter uma frota de ônibus ecologicamente perfeitos desenvolvidos no Brasil pela Coppe, utilizando Hidrogênio e eletricidade. Com relação as Lâmpadas de água a reportagem foi feita pela CNN.

Abraçando a causa ambiental, Ana Maria Braga iniciou o Mais Você desta quarta, 20 de junho, em um ônibus híbrido, que é silencioso e não emite nenhum poluente. Para dar o troco no Louro José, que ficou de gracinha por dois dias rodeado de belas mulheres, a apresentadora apareceu com 20 homens e deixou o papagaio com a pulga atrás da orelha. Ana conversou com Paulo Miranda, professor da UFRJ e idealizador do projeto. Ele ficou lisonjeado pela presença da apresentadora no ônibus. “A perspectiva é que no futuro nós passemos a utilizar mais o hidrogênio como fonte energética”, idealizou ele. O motorista também fez questão de opinar sobre o veículo, dizendo que ele é muito confortável. O veículo disponibiliza tomadas para os passageiros carregarem seus aparelhos eletrônicos e também possui internet gratuita. Ele está sendo exibido na Rio+20. Os ônibus hibridos: Existem 3 tipos: Híbrido diesel-elétrico: usa diesel e eletricidade Híbrido hidrogênio-elétrico usa hidrogênio e a eletricidade Híbrido de etanol: usa etanol e eletricidade Custo: O modelo desenvolvido no Rio de Janeiro custa metade do modelo feito na Suíça e gasta 5 vezes menos combustível. Custa menos porque as peças foram elaboradas na UFRJ. Outro dado: um ônibus a diesel convencional com carroceria semelhante custa em torno de R$ 500 mil. Autonomia: semelhante aos dos ônibus convencionais urbanos, que rodam 300 km com um tanque. Mas podem chegar a 500km dependendo da utilização, força quantidades de partidas, frenagem, etc. Abastecimento: é semelhante ao de um carro a gás. Vida útil: a mesma de um ônibus convencional. Siga o @MaisVoce_Globo


 



A reinvenção da lâmpada! Assim é considerada a descoberta do mineiro Alfredo Moser, que utilizou garrafas pet e água para a fabricação de uma iluminação alternativa. Ana Maria mostrou como esta alternativa pode economizar até 30% da energia no Mais Você desta segunda, 20 de junho. 


Em uma casa, a apresentadora testou o experimento e conferiu que ele realmente funciona. “A luz fica até mais bonita do que a iluminação feita pela lâmpada comum”, comparou ela. A apresentadora ainda citou que a ideia de Alfredo já está sendo utilizada em países da África e da Ásia. 


É importante salientar que algumas empresas de energia tem aplicado este invento para famílias de baixa renda como mostra o vídeo  abaixo, no caso específico a Ampla. 
Podemos observar que alternativas para um mundo sustentável existem e algumas de formas muito simples basta que queiramos e que aqueles que tem como responsabilidade de colocar a disposição da população se empenhem. Dê uma olhada na reportagem, é muito interessante.





quarta-feira, 6 de junho de 2012

Volkswagen apresenta carro conceito voador na china

A cada dia que passa, o conceito futurista vai se tornando presente no dia a dia da população mundial, dentro deste conceito, a visão é sempre de se buscar a sustentabilidade, com a redução de matérias que possam reduzir a poluição que ocupa os espaços mundo a fora. Na França já é possível utilizar carros elétricos, em São Paulo inaugura uma nova faze onde o táxi elétrico, sempre com  a visão  de reduzir a poluição atmosférica , melhorar a vida ou locomoção dos habitantes. Por aí diversos mecanismos irão transformar o que temos nos dias atuais  para algo bastante futurista,  são pequenas atitudes como esta que podem mudar o que parecia difícil de acontecer. Vejam abaixo o que a Volkswagen apresenta como carro conceito voador na China, com certeza é algo muito interessante e vale a pena dar uma olhada.


segunda-feira, 4 de junho de 2012


Dois graus de aquecimento são inevitáveisJosé Eduardo Mendonça - 06/03/2012 às 07:26

Temperaturas viriam mesmo com fim de emissão de carbono
Ainda que as emissões de gases estufa caíssem a zero, as temperaturas mundiais continuariam a subir em cerca de um quarto de grau em uma década. Este é o melhor cenário, de acordo com um trabalho escrito por um pesquisador da Universidade Simon Fraser, no Canadá.
O trabalho, “Resposta do clima a emissão zero de gases estufa e aerossóis,” publicado na Nature, pede a público, governos e empresas que acordem para a dura realidade.
“Vamos ser honestos: é totalmente irrealista acreditar que possamos parar todas as emissões agora,” disse a geógrafa  Kirsten Zickfeld, professora associada na universidade.  “Mesmo com uma mitigação agressiva, seria um desafio manter o aquecimento global de temperatura projetado abaixo dos dois graus centígrados,” enfatizou ela.
O trabalho usou um sistema de modelo da Terra desenvolvido pela Universidade de Victoria para estudar o impacto de emissões de gases estufa e aerossóis no clima do mundo. O estudo foi baseado em emissões consistentes com os dados do relatório de 2007 do Painel Intergovernamental Sobre a Mudança do Clima (IPCC, da ONU).
A remoção de aerossóis da atmosfera iria causar aquecimento global adicional no curto prazo, se todas as emissões fossem removidas agora. “A presença disseminada de aerossóis na atmosfera do planeta está efetivamente agindo como um bloqueio de radiação solar no momento,” explica Zickfeld, segundo aScience Daily.
“Isto está impedindo a temperatura da Terra de responder aos efeitos reais do aquecimento global. Mas assim que este cobertor for removido, a temperatura irá aumentar,” disse ela.
Image courtesy of Simon Fraser University


tarja-rio+20


Consumo


Uma revolução no comportamento de consumidores, empresas e governos


Em 20 anos, hábitos que levam em conta o meio ambiente entraram no cotidiano. Veja 15 itens que fazem parte da 'nova ordem ambiental'


Ninguém mais vai à praia sem filtro solar, usar casaco de pele é considerado brega, a indústria brasileira adotou um selo de eficiência energética, as sacolas plásticas estão sendo gradualmente banidas dos supermercados. É preciso muito mais para frear a destruição dos recursos naturais do planeta. Mas são mudanças de hábito importantes que têm na Eco 92 uma referência fundamental.


Filtro solar, reciclagem, carros flex


A Rio 92 foi um marco que mudou a maneira de consumidores, empresas e governos encararem o meio ambiente nos últimos 20 anos






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                    O FILTRO SOLAR ENTROU NO 


COTIDIANO


Foto:Foto: Jacobs Stock Photography/Getty Images
Desde a década de 90, a ciência estuda a relação entre a degradação da camada de ozônio e o aquecimento global. A camada de ozônio filtra os raios ultravioleta emitidos pelo Sol, potenciais causadores do câncer ou envelhecimento precoce da pele. A consciência do perigo reflete-se na disseminação do uso do filtro solar. No Brasil, pesquisa de uma grande fabricante de produtos de beleza mostra que 57% das mulheres usam filtro. Analistas de marketing projetam vendas mundiais em torno de 5,6 bilhões de dólares em 2015.

Energia solar dobra nos Estados Unidos





Foram 1.855 megawatts instalados em 2011
Um relatório divulgado ontem pela Associação das Indústrias de Energia Solar e a GTM Research mostra que foram instalados 1.855 megawatts, contra os 887 megawatts de 2010 – um crescimento de 109 por cento.
“Depois de quebrar um recorde em 2011, os Estados Unidos se provaram como um mercado viável para energia solar em escala global,” diz o sumário executivo do relatório. “Em 2011, a parcela de mercado do país em instalações fotovoltaicas subiu de 5% para 7%, e deve continuar a crescer Prevemos que a fatia de mercado deve aumentar consistentemente nos próximos cinco anos, chegando a perto de 15% em 2016.”
Os números de instalações de painéis fotovoltaicos, ou PV, que convertem a luz solar direto em eletricidade, incluem as domésticas e de empresas, e as de grande escala, do porte de concessionárias.
Um megawatt é suficiente para alimentar de 7050 a 1000 lares. Mas como o sol não brilha o tempo todo, os especialistas dos setor dizem que isto pode alimentar cerca de 200 lares.
A Califórnia continua sendo a líder no país, com 29% de todas as suas instalações. Depois aparecem Nova Jersey, Arizona e Novo México. 61.000 projetos solares individuais foram completados em 2011, informa o Marin Independent Journal.
Foto: david.nikonvscanon/Creative Commons

Mundo caminha para colapso ambiental, alerta organização internacional

ANDREA VIALLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mundo está caminhando para um colapso ambiental e, se nada for feito, os custos da paralisia podem ser "colossais" para as economias e a humanidade. O alerta foi dado hoje pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), grupo de cooperação internacional formado por 34 países, a maioria ricos.
O relatório "Previsões Ambientais para 2050: As Consequências da Inação" traz dados alarmantes sobre temas como as mudanças climáticas, biodiversidade, água e os impactos da poluição na saúde humana.
Segundo o estudo, até 2050 a demanda mundial por energia deve crescer 80%, sendo que 85% dessa energia deve continuar sendo suprida por combustíveis fósseis. Isso fará com que as emissões de CO2, principal gás causador do efeito estufa, aumentem 50%. Nesse cenário, é dado como certo que a temperatura global suba entre 3°C e 6°C - bem acima dos 2ºC de aquecimento estimado pelo Painel de Mudanças Climáticas da ONU.
A poluição do ar será o principal problema ambiental em termos de saúde pública, superando a falta de acesso ao saneamento e água potável. O número de mortes prematuras relacionadas a males causados pela poluição do ar deverá mais do que dobrar, especialmente em países como China e Índia.
Atualmente as doenças respiratórias associadas à poluição matam 3,6 milhões de pessoas por ano em todo o mundo.
O crescimento da demanda por água potável é outro tema que preocupada a OCDE. A entidade estima que a demanda crescerá 55%, especialmente para uso na indústria (aumento estimado de 400%), usinas termelétricas (+140%) e uso doméstico (+130%). Esse aumento na demanda deve colocar sob risco de escassez hídrica tanto os agricultores quanto 2,3 bilhões de pessoas que vivem perto de rios, especialmente na África e Ásia.
As florestas, que são importantes para os ciclos hídricos, devem ocupar ainda menos espaço até 2050: a OCDE estima que as áreas com florestas encolherão 13%, com perda acentuada da biodiversidade.
Na avaliação de Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, a saída para minimizar o colapso ambiental será a adoção de uma mentalidade mais focada no longo prazo, apoiada na ideia da economia verde - tema central da Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que o país sediará em junho. "Buscar um crescimento mais verde pode ajudar os governantes a enfrentar esses desafios. Tornar mais sustentáveis a agricultura, a indústria o fornecimento de energia e água será crucial para atender as necessidades de mais de 9 bilhões de pessoas", disse Gurría.
UM PREÇO PARA A NATUREZA
O relatório apela ainda por uma mudança de política. Propõe a adoção de taxas ambientais e sistemas de comércio de emissões de modo a tornar a poluição mais cara e as alternativas sustentáveis mais baratas. Também sugere colocar um preço pelos serviços prestados pelos ecossistemas (produção de água, ar limpo, biodiversidade) como forma de valorizá-los economicamente.
A OCDE também defende a remoção dos subsídios dados pelos governos aos combustíveis fósseis e investimentos pesados em pesquisa e desenvolvimento com foco em inovação verde.
Alguns exemplos bem-sucedidos de políticas verdes são apontados no estudo. Um exemplo é a criação, pelo governo britânico, do Banco de Investimentos Verdes, uma iniciativa que destinará 3 bilhões de libras esterlinas para projetos inovadores com foco em sustentabilidade - e a meta é chegar a 15 bilhões de libras em investimentos privados até 2015, especialmente nas áreas de energia e reciclagem.
No Japão, a cidade de Kitakyushu elaborou um plano para se tornar uma das cidades mais sustentáveis do país, com baixa emissão de carbono e o engajamento da prefeitura, empresas e moradores na iniciativa.

Fukushima: um alerta ignorado pelo Brasil

Entrevista especial com Heitor Scalambrini Costa


“A cada acidente há uma revisão das normas e padrões de segurança para as usinas nucleares, o que acaba acarretando indubitavelmente mais custos, que refletem no preço final da energia para o consumidor, tornando assim, do ponto de vista econômico, a eletricidade nuclear inviável comparada com outras tecnologias”, constata professor da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.
Confira a entrevista.
Um ano após a tragédia que fez o mundo reavaliar o uso da energia nuclear, o Japão ainda está longe de desativar a usina de Fukushima e virar esta página de sua história. Depois de nove meses de espera para alcançar a estabilização da temperatura das unidades da usina abaixo de 100º C, as operação de limpeza dentro da zona de exclusão, criada em um raio de 20 km ao redor da central, iniciaram em dezembro do ano passado. Apesar dos esforços, a “desativação completa da usina Fukushima vai demorar aproximadamente 40 anos”, informa o professor Heitor Costa, em entrevista concedida, por e-mail, à IHU On-Line. Segundo ele, “em dois anos, o combustível nuclear usado, que está nas piscinas dos reatores 1, 2, 3 e 4, vai começar a ser retirado e  depositado temporariamente nas próprias instalações da central. Já o combustível fundido dentro dos reatores 1, 2 e 3 vai ser retirado em um prazo máximo de 25 anos para, então, começarem a desmontar (descomissionar) as unidades, trabalho que deve durar 15 anos”.
Ele explica que esse processo é lento, difícil e cauteloso devido à “grande emissão de radioatividade no interior dosreatores nucleares atingidos”. Somente depois da retirada do combustível nuclear presente nas piscinas dos reatores será possível iniciar os trabalhos de descontaminação da área atingida. “Serão usados equipamentos de lavagem a jato de alta pressão, e será feita uma raspagem das superfícies das estruturas de concreto contaminadas, assim como a descontaminação da água de piscinas com zeólita (conjunto de minerais que compreendem silicatos de alumínio hidratados de metais alcalinos e alcalinos).  Uma das dificuldades nessas operações de descontaminação é encontrar locais apropriados para armazenar os grandes volumes do solo que serão removidos, cerca de 4 a 5 cm da superfície do solo”, esclarece o pesquisador.
Apesar de as pesquisas apontarem para uma desistência do uso de energia nuclear em diversos países do mundo, o Brasil insiste em dar continuidade à Angra 3, e pretende ampliar o setor nos próximos anos. Na avaliação de Costa, a decisão de reativar o programa nuclear brasileiro é “antidemocrática” e foi tomada “por um ‘grupinho’ de dez pessoas que compõem o Conselho Nacional de Política Energética – CNPE”, sem levar em conta uma discussão “abrangente” com a academia, cientistas e a sociedade civil. “Mesmo depois do acidente de Fukushima, ficamos perplexos com as declarações do ‘especialista em energia’, o ministro de Minas e Energia, afirmando a prioridade do país de continuar investindo na construção de usinas nucleares. O Brasil está despreparado para evitar catástrofes semelhantes ao que aconteceu em Fukushima, que podem acontecer nas usinas nucleares construídas e em construção”, lamenta.
Heitor Scalambrini Costa é graduado em Física pelo Instituto de Física Gleb Wattaghin da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, mestre em Energia Solar pelo Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, e doutor em Energética pela Commissariat à I’Energie Atomique – CEA, Centre d’Estudes de Cadarache et Laboratorie de Photoelectricité Faculte Saint-Jerôme/Aix-Marseille III, França. Atualmente coordena os projetos da ONG Centro de Estudos e Projetos Naper Solar, o Núcleo de Apoio a Projetos de Energias Renováveis – Naper, e o projeto Soluções em Energia e Design – Sendes, da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.
Confira a entrevista.
IHU On-Line  Um ano após o acidente de Fukushima, quais são as conclusões que explicam o ocorrido? 
Heitor Scalambrini Costa – Em primeiro lugar, uma usina núcleo-elétrico é intrinsecamente perigosa, e os riscos de acidentes são inevitáveis, que vão de pequenos vazamentos de material radioativo até grandes catástrofes com a emissão de grandes quantidades de materiais que contaminam o ar, a terra e a água. No caso dosreatores de Fukushima, falhas humanas e organizacionais desempenharam um papel importante. Alguns dos pontos levantados para explicar o acidente foram a falta de independência dos organismos reguladores nucleares do Japão e a supervisão insuficiente que era submetida à Tokyo Electric Power Company Tepco, operadora da usina. No local ocupado pela central de Fukushima, o fornecimento emergencial de energia, essencial para a manutenção das funções vitais de segurança, como o esfriamento dos reatores e das barras de combustível irradiadas, não foi devidamente protegido. O treinamento para reagir a acidentes graves era inadequado. Faltou capacidade de reação emergencial no local e em nível nacional. O fato de que um desastre como o de Fukushima acontecer no Japão, um dos países industrializados mais avançados no mundo, bem preparado tecnologicamente, com nível científico elevado de seus especialistas, é um alerta de que, quando se trata de segurança nuclear, nada pode ser tido como garantido. Sem dúvida o terremoto seguido do tsunani foram importantes para a tragédia nuclear que aconteceu em seguida.

IHU On-Line  É possível apontar quais foram os impactos da liberação de radiação em Fukushima, um ano depois do acidente?
Heitor Scalambrini Costa  Três tipos de radiação são liberados no meio ambiente em acidentes em usinas nucleares. Existem as partículas alfa, que geralmente não conseguem ultrapassar a pele de uma pessoa e são praticamente inofensivas; as partículas beta, que são capazes de atingir cerca de um centímetro na pele e podem causar queimaduras; e os raios gama, que são os mais perigosos, pois atravessam o corpo e “deformam” as células, podendo levar a vários tipos de câncer. Este foi e é o grande temor de quem vivia perto da central de Fukushima, que liberou elementos radioativos como iodo, urânio e césio, e formou uma nuvem invisível que se deslocou conforme os ventos. Quando há uma grande exposição à irradiação, as células da medula óssea, que fabricam os glóbulos vermelhos e brancos e as plaquetas sanguíneas, podem ser destruídas e a pessoa morre. As células do tubo digestivo são também muito sensíveis à radiação e, quando sofrem grande nível de exposição, é letal. Só para se ter uma ideia, em Hiroshima, onde caiu a bomba atômica nuclear, as pessoas que foram atingidas  desenvolveram cânceres como leucemia pulmonar, cólon, esôfago, mama. Acabaram carregando os efeitos da radioatividade durante décadas para novas gerações. Após sete anos, ainda houve picos de casos de leucemia, e mesmo após quase 70 anos, ainda se observa um leve excesso de câncer na população da região afetada. Com esses exemplos já dá para imaginar o quão devastador são os efeitos da radioatividade em seres humanos. Na sequência das explosões que ocorreram na central nuclear de Fukushima, os isótopos radioativos disseminaram-se pelo território do Japão e águas costeiras. Inicialmente o consumo de vegetais e carnes do Japão não apresentava perigo para a saúde pública, uma vez que continham níveis de radiação abaixo do limite de segurança. Todavia, estudos mais recentes sugerem que tais resultados sejam reavaliados através de uma avaliação mais profunda da contaminação radioativa.

IHU On-Line  Como tem ocorrido a descontaminação das áreas que foram expostas à precipitação radioativa?
Heitor Scalambrini Costa – Foi iniciado em dezembro passado a operação de descontaminação dos edifícios municipais da zona de exclusão. São unidades especializadas em radiação das Forças de Autodefesa (Exército), queiniciaram os trabalhos nos centros urbanos mais próximos da central de Fukushima. É a primeira vez, depois do acidente, que ocorre uma operação de limpeza dentro da zona de exclusão criada em um raio de 20 km ao redor da central, devido aos altos índices de radioatividade. Cerca de 100 mil pessoas, que viviam na região, foram retiradas de suas casas, causando perdas milionárias nas indústrias agrícola, pesqueira e de criação de gado.
Depois serão feitos os trabalhos de descontaminação da infraestrutura, incluindo estradas e os sistemas de fornecimento de água e eletricidade. Serão usados equipamentos de lavagem a jato de alta pressão, e será feita uma raspagem das superfícies das estruturas de concreto contaminadas, assim como a descontaminação da água de piscinas com zeólita (conjunto de minerais que compreendem silicatos de alumínio hidratados de metais alcalinos e alcalinos). Uma das dificuldades nessas operações de descontaminação é encontrar locais apropriados para armazenar os grandes volumes do solo que serão removidos, cerca de 4 a 5 cm da superfície do solo.

IHU On-Line  O senhor escreveu recentemente que os reatores 1, 2 e 3 e o combustível fundido em Fukushima serão retirados num prazo de 25 anos. Como ocorre esse processo e por que ele é tão lento?
Heitor Scalambrini Costa  A previsão é da própria companhia elétrica operadora, Tepco, e do governo japonês. Eles estimam que a desativação completa da usina Fukushima vai demorar aproximadamente 40 anos. Em dois anos, o combustível nuclear usado, que está nas piscinas dos reatores  1, 2, 3 e 4, vai começar a ser retirado e  depositado temporariamente nas próprias instalações da central. Já o combustível fundido dentro dos reatores 1, 2 e 3 vai ser retirado em um prazo máximo de 25 anos para, então, começarem a desmontar (descomissionar) as unidades, trabalho que deve durar 15 anos. Esse processo é longo e difícil, pois a emissão de radiação gera calor. Nas condições descritas os riscos são grandes para aqueles que trabalham submetidos à radioatividade. Robôs acionados por controle remoto serão usados em algumas tarefas. O objetivo principal foi de alcançar a estabilização da temperatura dessas unidades abaixo de 100º C (o que foi conseguido somente depois de nove meses), para assim começar a empreender os trabalhos de descontaminação que já foi iniciado. A lentidão do processo está associada à grande emissão de radioatividade no interior dos reatores nucleares atingidos.

IHU On-Line  Quais são as consequências da tragédia de Fukushima para os japoneses?
Heitor Scalambrini Costa – A radioatividade liberada pelos reatores atingidos afetam a saúde principalmente de duas formas. A primeira delas é devido ao fato de a radiação ser do tipo ionizante que é capaz de mudar a estrutura química das substâncias, alterando as características daquelas existentes em nosso corpo, como a água que se transforma em radicais livres, prejudicando o funcionamento do corpo. Outra possibilidade é que a radiação nuclear afeta diretamente as células, mudando a estrutura química, quebrando a cadeia do DNA, por exemplo. Ainda hoje a medicina não sabe dizer se existe uma quantidade limite de radiação a qual o corpo deva ser exposto para que tais efeitos possam desenvolver um câncer.
Há também as consequências ambientais, econômicas e sociais que são imensuráveis. Não dá para quantificar. Do turismo à energia, da interrupção na cadeia produtiva da moderna indústria japonesa à produção de alimentos. A tragédia de Fukushima causou perdas milionárias nas indústrias agrícola, pesqueira e de criação de gado. Segundo informações divulgadas, as análises em vários centros agrícolas de Fukushima revelaram níveis excessivos de césio em plantações de arroz do entorno da central. Estima-se que, para recuperar toda a região atingida, serão necessários aproximadamente 275 bilhões de dólares.

IHU On-Line  Que questões ainda não foram respondidas em relação à energia nuclear?
Heitor Scalambrini Costa – A primeira delas diz respeito à questão da insegurança das usinas nucleares. Fukushima provou o contrário das afirmações e declarações dos mais apaixonados defensores desta tecnologia de geração de energia elétrica. Os riscos de acidentes nucleares existem e, quando acontecem, são  devastadores. Daí para evitar esse risco o caminho é não instalar essas usinas.
A questão econômica é outro ponto e diz respeito ao preço da energia gerada, o qual ainda é uma grande incógnita, visto que tais usinas são fortemente subsidiadas com dinheiro público. Logo, os preços anunciados pela indústria nuclear não refletem a realidade. A competitividade é colocada em dúvida por não serem disponibilizados à sociedade os verdadeiros custos dessa tecnologia complexa e cara, englobando todo o ciclo nuclear, e incluindo o desmantelamento (descomisssionamento) depois de atingir sua vida útil.
Outra questão ainda não resolvida é a do armazenamento do “lixo nuclear”. Até hoje, nenhum país conseguiu equacionar definitivamente o problema da destinação dos resíduos perigosos (altamente radioativos) produzidos nas reações nucleares, que em geral se acumulam nas próprias usinas (como em Angra 1 e 2; e projetada para Angra 3). Esses resíduos continuam ativos por milhares de anos, criando assim também um problema ético, pois a geração presente se beneficia dos serviços prestados pela eletricidade, e acabam legando às gerações futuras os resíduos radioativos.

IHU On-Line  Como o mundo tem se posicionado em relação à energia nuclear, anos após a tragédia de Fukushima? O acidente promoveu alguma revisão global dos padrões de segurança das usinas nucleares?
Heitor Scalambrini Costa – A catástrofe nuclear no território japonês foi um grande exemplo/aviso para o mundo, contribuindo efetivamente para o aumento da desconfiança na indústria nuclear. Como consequência, aumentou a rejeição da opinião pública global ao uso da energia nuclear, e vários países entenderam este alarme e anunciaram ocancelamento dos seus programas nucleoelétricos. Pesquisas de opinião pública realizadas em países que já têm usinas nucleares, incluindo o Brasil, indicaram que 69% dos entrevistados rejeitam a construção de novas usinas. No Brasil, 79% dos entrevistados dizem se opor à construção dessas usinas.
A cada acidente há uma revisão das normas e padrões de segurança para as usinas nucleares, o que acaba acarretando indubitavelmente mais custos que refletem no preço final da energia para o consumidor, tornando assim, do ponto de vista econômico, a eletricidade nuclear inviável comparada com outras tecnologias. Querem nos fazer crer que a energia nuclear tornou-se mais segura depois da tragédia devastadora, um ano atrás, em Fukushima. Isso é uma piada de mau gosto, que pode perdurar até o próximo desastre nuclear. Daí para evitar o risco o caminho é não instalar usinas desse tipo.
 
IHU On-Line  Um grupo de cientistas americanos propõe, para o melhor funcionamento das usinas nucleares, a substituição dos tradicionais reatores de urânio por um novo combustível chamado tório, pois ele é menos radioativo e produz menos lixo nuclear. O que mudaria nas usinas nucleares e como o senhor avalia essa proposta?
Heitor Scalambrini Costa  O tório é um elemento químico encontrado na natureza principalmente na forma do mineral bastnaesita. Certos cientistas afirmam que as maiores vantagens desse elemento ser usado como combustivel de usinas estão nas possibilidades de se reduzir a toxicidade dos resíduos das usinas e a maior simplicidade do ciclo do combustível nuclear. As fontes de informação sobre o uso do tório em reatores de água leve (LWRs) provêm da experiência acumulada no reator de água pressurizada (em ingles PWR) de Indian Point (265 MWe) e no reator de água fervente (em inglês BWR) de Elk River (22 MWe). Esses reatores utilizaram tório com urânio altamente enriquecido e depois passaram a utilizar como combustivel o urânio (como atualmente acontece na grande maioria dos reatores nucleares).
Não conheço o resultado dessas experiências, portanto não poderia emitir uma opinião mais conclusiva. O que posso dizer é que no Brasil não necessitamos da tecnologia nuclear para atender às necessidades elétricas nem do presente nem do futuro, devido à abundante disponibilidade de recursos renováveis como o sol, os ventos, a biomassa, e a possibilidade de extrair energia elétrica dos oceanos que nós temos.

IHU On-Line  Por quais razões o Brasil ainda insiste em dar continuidade à Angra 3? Como vê o posicionamento do Estado quanto a essa questão?
Heitor Scalambrini Costa – A principal razão alegada é garantir a segurança energética, ou seja, ofertar energia para atender à demanda do país. É uma posição no mínimo equivocada, já que o país dispõe de recursos renováveis abundantes e diversos que podem atender a uma demanda eficientizada, sem desperdicios e com geração descentralizada, além da complementariedade entre as diversas fontes energéticas renovaveis. Não há, portanto, razões para investir mais em energia nuclear no Brasil.
A posição de reativar o programa nuclear brasileiro foi tomada de maneira antidemocrática por um “grupinho” de dez pessoas que compõem o Conselho Nacional de Política Energética – CNPE (a maioria ministros de Estado, que têm a obrigação de dizer sim ao presidente da República, com exceção da ex-ministra Marina Silva, que não compareceu a esta fatídica reunião em junho de 2007). Sem nenhuma discussão mais abrangente com setores da academia, cientistas, sociedade civil, a medida foi tomada autocraticamente, utilizando para tanto todo o prestígio que o presidente, na época, desfrutava junto à população. Lamentavelmente mesmo depois do acidente de Fukushima, ficamos perplexos com as declarações do “especialista em energia”, ministro de Minas e Energia, afirmando a prioridade do país de continuar investindo na construção de usinas nucleares. O Brasil está despreparado para evitar catástrofes semelhantes ao que aconteceu em Fukushima, que podem acontecer nas usinas nucleares construídas e em construção. Portanto, a decisão do governo brasileiro com relação ao uso da eletricidade nuclear leva risco e perigo à integridade física da população brasileira.

IHU On-Line  A Alemanha pretende fechar as usinas nucleares até 2022. Entretanto, o país poderá oferecer crédito à exportação de equipamentos para Angra 3. Percebe alguma contradição?
Heitor Scalambrini Costa – A decisão do governo alemão de não só encerrar seu programa nuclear, devido aos enormes riscos dessa tecnologia, mas também de incentivar a pesquisa e a implantação de energias renováveis, recebeu aplausos em todo mundo. Todavia, ao mesmo tempo, causa perplexidade e indignação o governo alemão apoiar a construção de usinas nucleares em outros países, como se fosse possível aplicar, na política internacional, um duplo critério, em que os riscos da energia nuclear são considerados inaceitáveis para os cidadãos alemães, mas não o são para cidadãos de outras nações. Uma contradição inaceitável seria a concessão da Garantia Hermes ao financiamento da construção da Usina Atômica de Angra 3, em nosso país, a ser votada ainda neste mês pelo Parlamento alemão.

IHU On-Line  Deseja acrescentar algo?
Heitor Scalambrini Costa – As lições que devemos retirar do lamentável e trágico episódio de Fukushima é que, mesmo com os avanços tecnológicos no setor da segurança nos reatores nucleares, os riscos de um acidente existem. E quando acontecem, são catastróficos. Recentemente, no Fórum Social Temático de Porto Alegre, um monge budista de Hokkaido, Japão, afirmou que “existe um antagonismo básico e fundamental entre a continuidade da espécie humana e o uso da energia nuclear”. Concordo plenamente, pois a atividade nuclear gera consequências de longuíssimo prazo. E o mínimo que uma sociedade consciente teria que fazer seria exigir que todos os reatores parassem. No caso específico do Brasil, não devemos deixar de repetir que não precisamos e não queremos usinas nucleares.



Postado por Daniela Kussama

Brasil ocupa 21º posição no ranking dos produtores de energia eólica


Edição do dia 24/05/2012

País tem 71 parques que produzem a energia limpa e renovável. Região Nordeste é campeã nacional de geração de energia do vento.


André Trigueiro


 Enormes cataventos produzem a energia eólica, a energia elétrica a partir do vento. Hoje já são 12 milhões de pessoas atendidas por essa fonte de energia.


É uma energia limpa - sem queima de combustível, renovável e cada vez mais barata. O preço do megawatt/hora da eólica já é quase igual ao das hidrelétricas, a fonte de energia mais barata do Brasil, e custa menos que o gás natural.


A utilização de aerogeradores, para produção de energia elétrica, ganhou força durante a Segunda Guerra Mundial. Era a forma de os países economizarem combustíveis fósseis. A guerra acabou e a eólica ficou em segundo plano.
Mas na década de 70, com a crise do abastecimento de petróleo, alguns países se viram obrigados a pesquisar fontes alternativas de energia. No Brasil, o primeiro aerogerador só foi instalado em 1992, em Fernando de Noronha, mas foi a partir de 2005 que o parque eólico brasileiro cresceu significativamente.


Nos últimos sete anos, a capacidade instalada aumentou 54 vezes. Foi a que mais cresceu no mundo. Muito pelas características do vento no Brasil, um dos melhores do planeta.
“Quando não tem vento você tem que ter alguma outra fonte gerando. Qual é a beleza do Brasil? É que o Brasil que tem um grande parque hidrelétrico, a hidrelétrica e eólica elas se complementam entre si”, explica o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim.


O Brasil ocupa hoje a 21º posição no ranking dos países produtores. O primeiro é da China. Depois vem os Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Índia. Isso só para citar os cinco primeiros. O Brasil tem 71 parques com quase mil aerogeradores, alguns da altura de um prédio de 50 andares, em nove estados. Temos nove fábricas de aerogeradores e já exportamos. Um aerogerador custa entre R$ 4,5 milhões e R$ 5 milhões.


Para ter direito a financiamento do BNDES, com juros atraentes, as empresa do setor eólico precisam assegurar a utilização de no mínimo 60% de peças e acessórios nacionais, fabricados no Brasil. A medida estimulou a geração de emprego e renda. O setor já emprega 12 mil pessoas.


Um dos maiores complexos de energia eólica fica em Água Doce, Santa Catarina. São 86 torres. Em Osório, no Rio Grande do Sul, são 75 aerogeradores, capazes de produzir 150 megawatts de energia. Mas é o Nordeste o campeão nacional de geração de energia do vento.
O Ceará detém 40% da capacidade do país. São 17 parques e já existe até aerogerador residencial para o consumidor produzir a própria energia.


Em nenhum outro lugar do Brasil a energia eólica provocou mudanças tão importantes quanto no Rio Grande do Norte. Até dois anos atrás, o estado era obrigado a importar energia elétrica para atender a demanda. Mas os bons ventos da região atraíram os investidores. Dez parques eólicos foram construídos. Outros 30 estão em construção. Até 2014, o Rio Grande do Norte será o principal produtor de energia eólica do Brasil.


Quem cede a terra onde serão instalados os aerogerados também ganha. O agricultor Rafael Luiz de Andrade conta que recebe cerca de R$ 300 por ano. “Pra mim faz a diferença porque em compensação os filhos estão trabalhando nas companhias”, diz.


A evolução tecnológica tornou a energia eólica mais sustentável. Os aerogeradores provocam pouco barulho e o risco às aves tem sido contornado com o monitoramento ambiental.
“A energia eólica é de baixo impacto ambiental. Ela causa um impacto considerável na sua construção como qualquer atividade da construção civil, mas esse impacto cicatriza com o tempo. Mas cerca de 5%, no máximo 8% da área é ocupada”, explica o diretor técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Norte, Manoel Jamir Fernandes Júnior.


Um negócio tão atraente que chamou a atenção de quem sempre viu no petróleo a principal fonte de lucro. Na sala do diretor de gás e energia da Petrobras, José Alcides Santoro Martins, é possível acompanhar online, de um telão, toda a produção de energia elétrica das térmicas a diesel, a gás e eólica. “O regime de ventos na região Nordeste do país é caracterizado por baixo vento durante o dia e alto durante à noite. À noite esse valor chega a 80, até 90 megawatts de geração de energia elétrica. Cem megawatts daria para abastecer aproximadamente 350 mil domicílios”, diz José.


O setor promete mais. A crise que atinge a Europa tem levado os investidores a buscar novos mercados e o Brasil é destino certo
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