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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

CSN pega R$ 2 bi emprestados com a Caixa Econômica

Fonte :  http://diariodovale.uol.com.br/noticias/1,35241.html#axzz1D08vHz9K
Publicado em 3/2/2011, às 20h07 
Última atualização em 3/2/2011, às 22h56

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) anunciou hoje (3) que contratou uma operação de crédito especial de R$ 2 bilhões com a Caixa Econômica Federal. Em comunicado ao mercado, a Companhia indicou que a operação tem prazo de amortização de 94 meses. No final de janeiro, a empresa anunciou que avalia "alternativas estratégicas" para o investimento na rival Usiminas, incluindo um aumento de participação para 10% na siderúrgica mineira.
O comunicado da CSN, no entanto, não informa o objetivo do empréstimo, que poderia também estar relacionado com a aquisição de três empresas do grupo Alfonso Gallardo, com sede na Espanha.
O valor da transação com o grupo espanhol está estimado em 382 milhões de euros, o que corresponde a menos da metade do empréstimo anunciado ontem pela CSN.
O negócio foi anunciado no dia 10 de janeiro, e há poucos dias o Grupo Alfonso Gallardo afirmou que está concluindo um plano estratégico que inclui a conclusão da venda de três unidades fabris para a CSN ainda no primeiro trimestre de 2011: as usinas de aços longos Azpeitia e Lasao e a fábrica de cimento Balboa.
Nippon Steel fica confusa com aquisição de ações
A possibilidade de a CSN ampliar sua participação no capital da Usiminas deixou a Nippon Steel Corp, maior siderúrgica do Japão, "confusa". Hiroshi Nakashima, porta-voz da Nippon Steel, disse a um site de notícias especializado em negócios que "não consegue entender" a intenção da CSN com as compras. A empresa brasileira afirmou que estuda estratégias para ampliar sua participação e talvez mudar a composição do bloco de controle da Usiminas.
Atualmente a CSN tem pouco mais de 5% do capital da Usiminas, aproximadamente a mesma participação que comprou na anglo-holandesa Corus, que acabou sendo adquirida pela indiana Tata Steel. A diferença entre a Corus e a Usiminas é que a siderúrgica europeia estava em dificuldades e precisava de investimentos externos, o que não aprece ser o caso da siderúrgica mineira.
O detalhe é que adquirir uma posição significativa entre os acionistas da Usiminas significa que a CSN terá de negociar com pesos-pesados como a própria Nippon Steel, dona de 27,8% da empresa mineira.
Motivo: das ações ordinárias (que dão direito a voto nas assembleias), só 23,89% estão em poder do mercado. Ter uma participação significativa na Usiminas com base apenas na compra de ações "dispersas" pelo mercado exigiria uma oferta pública, que poderia ser rechaçada pela administração da empresa, gerando um leilão na Bolsa, que levaria o preço das ações a níveis imprevisíveis.
Camargo Correa e Votorantim também são grupos com presença significativa na empresa, mas são concorrentes diretos da CSN nas áreas de cimento e aços longos - ramos em que a Companhia está entrando com investimentos feitos em Volta Redonda.
A dúvida é se haveria sentido para esses investidores em vender para a CSN ações da sua principal concorrente no setor de aços planos, enquanto a Companhia "invade" áreas de negócios em que esses grupos são tradicionais.
Ternium
O detalhe é que a Usiminas é dona de 14,73% da Ternium, uma siderúrgica que produz aços planos e longos em usinas na Argentina, México, Colombia, Estados Unidos e Guatemala. A empresa mineira vai vender o total de sua participação em uma oferta pública, e a própria Ternium e o grupo argentino Techint vão comprar, juntas, US$ 250 milhões dessas ações que estão sendo vendidas pela Usiminas.
A oferta pode representar uma oportunidade para a CSN, embora a empresa não tenha o perfil de adquirir participações minoritárias. Os negócios de aquisição fechados pela Companhia geralmente incluem a compra do controle ou da totalidade do capital das empresas adquiridas.

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