Pensamento

" Não são os grandes planos que dão certos, são os pequenos detalhes" Stephen Kanitz

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

27/03/2014 15h56

Plástico “verde” é mentira! Saiba por que...

Não caia no golpe da indústria para conquistar consumidores ecológicos

Por Nosso Bem Estar

JACUS/ ISTOCKPHOTO/ NBE
Plastico verde mentira

Plástico produzido com cana é tão prejudicial ao planeta quanto o comum

A indústria do polietileno recentemente anunciou uma novidade supostamente “ecológica”: o plástico produzido a partir da cana-de-açúcar. O que pode parecer super vantajoso não passa de um golpe de marketing para tentar conquistar os consumidores que preferem produtos sustentáveis. Lançado com alarde e apoio governamental por um grande grupo do pólo petroquímico brasileiro, o produto é tão prejudicial à natureza quanto qualquer outra resina artificial.
A grande notícia anunciada foi a produção do plástico a partir de um recurso renovável: o álcool etílico. Acontece que o impacto ambiental não é causado pela matéria-prima, e sim pela molécula criada em laboratório, que não é gerada pelo processo natural da vida, mas artificialmente pelo ser humano. Portanto, não pode ser absorvida, degradada ou reaproveitada pela biosfera do planeta.
Outra mentira disseminada a respeito do falso “plástico verde” diz respeito à captura e fixação de gás carbônico. A informação divulgada é que, para cada tonelada deste polietileno produzido, cerca de 2,5 toneladas de CO2 são capturadas da atmosfera. Porém, a verdade é que este processo é realizado naturalmente pela cana-de-açúcar, assim como por qualquer outra planta, e não tem nada a ver com a produção do elemento químico que chegará à sua casa.
O polímero gerado neste caso possui as mesmas propriedades técnicas e de processabilidade das resinas fósseis. E o avanço da área de plantio tem como consequências o aumento no consumo de água, o uso de fertilizantes e de outros insumos. Além disso, utilização de zonas de cultivo para a produção de matérias-primas ocorre em detrimento de seu uso para a produção de alimentos.
O mais impressionante disso tudo é que esta estratégia conta com investimentos do governo nacional. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (SINDIPOLO), dos cerca de R$ 450 milhões utilizados para a construção da planta industrial, 70% são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Dos 30% restantes, 40% é da Petrobras.
Especialista esclarece o assunto
Para eliminar qualquer dúvida sobre a manobra de marketing executada pela indústria que lançou o falso “plástico verde”, o Nosso Bem Estar entrevistou o engenheiro agrônomo Luiz Jacques Saldanha. Fique atento e não se deixe enganar!
Nosso Bem Estar: Qual seria a suposta vantagem da origem vegetal do plástico? 
Luiz Jacques Saldanha: Primeiro temos que entender que o que chamamos, normalmente, de ‘plástico’ é uma estrutura química, conhecida como polímero, que é completamente sintética. Ou seja, uma estrutura química que não é natural. Destaco: não foi criada pelo processo da vida e sim artificialmente pelo ser humano.   
NBE: E o que isso quer dizer, em relação à origem do plástico?
LJS: Quer dizer que a origem dos elementos que formam a reação química que gera a resina plástica, não interessa. Simplesmente porque não é a origem deles que é o problema, mas sim como, em laboratório, favorecemos que surja uma estrutura química artificial. A união, que manipulamos, de determinados elementos químicos como carbono, hidrogênio, oxigênio e outros, gera este polímero que forma determinada resina plástica. E aqui é fundamental termos definitivamente em mente a necessidade de compreendermos a questão dos plásticos.  
NBE: Como assim?
LJS: Porque não é a origem principalmente do elemento básico dos plásticos, o carbono, que causa poluição, mas sim a maneira como, artificialmente, nós viabilizamos que se forme no laboratório esta molécula que JAMAIS existiu na natureza! Assim o carbono vir de uma fonte ou outra, não importa, em princípio, em relação à questão da poluição e da destruição da vida que os plásticos têm causado em todos os ecossistemas onde acabam. 
NBE: E por que?
LJS: Simplesmente porque estas moléculas - não vivas, mortas, alienígenas - não são reconhecidas pela vida e por isso não as consegue digerir, metabolizar para transformá-las noutras moléculas que formarão outras moléculas, outros seres, outros organismos, outros produtos e assim sucessivamente como vem sendo desde o início de todos dos tempos! Por isso dizemos que o plástico duraria (porque ainda não sabemos!) 100, 200, 500 anos, que eles são bioacumulativos, persistentes etc. Então ser o carbono e os outros elementos que formam esta molécula, esta resina, de fontes de origem vegetal, renovável ou não, é totalmente irrelevante quanto à poluição que o produto final, ‘o plástico’, causa no ambiente externo e interno de todos os seres, incluindo os humanos.  
NBE: Mas quando e como surgiram estas moléculas tão mortíferas?
LJS: Historicamente, as poucas resinas como hoje são conhecidas nasceram mais como curiosidades laboratoriais ou por coincidência experimental, do que como um produto com uma finalidade determinada. Elas foram lentamente surgindo desde a metade do século XIX, tornando-se definitivas e de uso crescentemente e generalizado somente a partir da década de 50 do século XX quando se implantou no planeta esta visão de mundo, agora global, do consumismo, do descartável, do patenteamento e da concentração de produção e distribuição de produtos.
NBE: Por que? 
LJS: Muitas delas tinham dificuldades de ficarem estáveis, difíceis de se tornarem os polímeros que formavam a resina plástica. No entanto, um químico alemão, Ziegler, observou que se colocasse na reação química uma determinada substância, esta catalisava o processo e assim de impossível, tornava-se viável criar o tal polímero artificial em algo que dava até um produto. E foi assim que se conseguiu, no período que circunda a segunda guerra mundial, tornar estáveis estas reações químicas que logo viraram produtos das grandes corporações que já dominavam o mundo industrial nos países centrais.
NBE: E como isso se torna um problema global?
LJS: Em razão da dominação econômica destas grandes transnacionais, condições foram se criando para se substituir matérias primas naturais por estas patenteadas, com um só dono, que começaram a tomar o lugar de muitas fontes de materiais que vinham das antigas colônias europeias, grandes fornecedoras destas matérias primas que geravam seus produtos comerciais. Como a sociedade planetária das décadas de 50, 60 e 70 ainda não estava completamente globalizada como agora, os efeitos dos plásticos só apareciam de forma marginal. Entretanto a partir dos anos 80, 90 e em diante, com o processo político de consumo mundializado de dominação, produção e consumo de mesmos produtos, acaba tornando todo o planeta num grande lixão. Oceanos e mares estão com imensas ilhas, algumas maiores do que o tamanho dos Estados Unidos, totalmente de plásticos que, por não se metabolizarem, por serem artificiais, ficam nestes remansos. Para sempre?
NBE: É inútil então dizer que, em relação ao plástico comum, oriundo do petróleo, há o benefício de se utilizar um recurso renovável? 
LJS: Não! É totalmente útil ser dito isso!
NBE: Como assim?  
LJS: É a grande tragédia da manipulação, agora não mais só no laboratório, mas nas mentes das pessoas pelas possíveis reações que poderiam ter se soubessem disso tudo, como é no chamado primeiro mundo ou países centrais. Poderiam se mobilizar e NUNCA MAIS usarem, porque entenderam a loucura dessa gente, todos, mas efetivamente todos, os produtos que não são naturais e sim criados pela mente louca desta civilização atual. Principalmente porque somos cada um de nós, quando usamos estas moléculas além das que também fazem parte dos plásticos como plastificantes, que estamos feminizando todos os machos da Terra bem como masculinizando todas as fêmeas, inclusive seres humanos, desde sua fase mais embrionária quando ainda são fetos indefesos!
NBE: O que há por trás da informação divulgada de que o processo de produção contempla a captação e fixação de CO2? 
LJS: Realmente é a cana de açúcar, de onde se origina o etanol, o álcool, que se usa para tirar o carbono para se fazer a resina plástica, quem captura e fixa o gás carbônico, o CO2, COMO TODAS AS PLANTAS e JAMAIS o plástico, nem seu processo industrial! Se estivéssemos ligando esta história com o crime organizado diríamos que o dinheiro sujo que vem dai passaria pela célebre ‘lavagem de dinheiro’, mas aqui esta lavagem cerebral e este crime de tergiversar a informação, chamamos em inglês de ‘greenwashing’ ou ‘lavagem verde’.
NBE: Comparando com o plástico comum, qual o impacto ambiental relacionado à produção deste material? 
LJS: Primeiro, esta é uma resina plástica ‘’comum’. Como vimos antes, a origem da fonte de carbono tem uma influência muitíssimo restrita em relação à poluição no universo do plástico. E vale a ressalva de que o petróleo que hoje está sendo demonizado, por não ser renovável, como a essência do problema da destruição ambiental feita pelo plástico, também é de origem natural como a cana. E já nos demos conta da poluição que o plantio de cana, em monocultura, causa? Mas isso é outra história. 
NBE: Levando em conta a logística envolvida no processo de produção do plástico “verde”, para conduzir a matéria-prima até o Rio Grande do Sul e depois levar o produto final para as outras regiões do país, considerar este um material “ecológico” seria uma contradição? 
LJS: Acho que por tudo o que vimos, este tal plástico JAMAIS será verde! E é uma ofensa chamar qualquer coisa que se relaciona a plásticos de ‘ecológico’. Isso é tão grave para todos nós como qualquer outra manipulação perniciosa organizada. Nos últimos tempos tem se falado em outros dois pontos também muito discutíveis que são o tal plástico ‘biodegradável’ chamado de oxibiodegradável e o plástico que seria originário de reações químicas totalmente diferentes das que temos empregado e que seriam realmente biodegradáveis. Mas não é isso que estamos agora tratando, portanto fica no ar este questionamento.
NBE: Qual a sua opinião sobre a utilização de recursos públicos para apoiar esta iniciativa?
LJS: Olha, este é o outro lado da tragédia que envolve poder econômico imiscuído com poder político e expressão da democracia. Parafraseando o que vimos antes, o resto, sem pretensão, me parece que seria ‘politicalwashing’! Para não dizer, trágico! Acho que esse dinheirão deveria ser justamente aplicado em tudo o que está na contramão desta visão de mundo... ‘modestamente’, no que acredito ser uma ‘eco-cosmovisão’.
Fontes: Nosso Futuro Roubado - www.nossofuturoroubado.com.br, EcoAgência Solidária -www.ecoagencia.com.br, eCycle - www.ecycle.com.br

quarta-feira, 6 de agosto de 2014


“O Brasil que desconhece o Brasil”

Comentários de Marco A.L.Ferreira  - 06 de Agosto 2014                                                        


Observando alguns comentários jornalísticos, que falam da falta de Leis para corrigir os desvios, sejam eles na área, Penal e Tributária, dois grandes pesos no País, um que atrasado no tempo deixa brechas a impunidade, o outro que poderia ser um destrave no crescimento do Brasil, mas ambos importantes na vida de todos nós.
Dentro da área jurídica, muito acontece entre debates e formas amigáveis e contenciosas para se resolver juridicamente um problema, que de certa forma poderia ser solucionado, apenas cumprindo o que se estabelece diante do que a Lei preconiza. Faz parte da advocacia, buscar caminhos ou arestas, em vista de se dar forma justa as intenções que se buscam. Defender direitos ou restituí-los, tudo isto porque alguém na linha de processo natural não fez o dever de casa, ou buscou uma forma de levar vantagens nas arestas que existem, a justiça que conhecemos acaba cega como o símbolo do advogado, onde a balança não fica no equilíbrio necessário, mas na condição do mais forte.

direitoeconcursos.com.br


No decorrer dos tempos, a população brasileira aprendeu a buscar seus direitos através da justiça, de forma parecida com o que já acontece em outros locais no mundo, mas tem esbarrado na falta de estrutura que o sistema judiciário possui, não é que ele não tenha evoluído nos últimos tempos, evoluiu, porém muito ainda necessita para uma comparação com o que encontramos pelo mundo.

Há pouco tempo ao acompanhar um processo em um Fórum na capital de um estado, ouvi um Técnico Judiciário comentando com uma advogada, as dificuldades que encontrava dentro do mesmo estado, visualizar processos em outras comarcas, sendo que o sistema é o mesmo, mas não conversa com o outro, uma coisa simples que tende a crescer a partir do momento em que as necessidades aumentam.

Voltando ao Brasil legal que desconhece o Brasil desleal, encontramos algumas incoerências absurdas, onde questionamos até onde isto é legal. Como ficariam estes questionamentos nas vias judiciais? Hoje algumas cidades possuem uma estrutura excepcional nos mecanismos de multas de trânsito, que faltam na educação, na saúde, na infraestrutura do município, até porque, é muito mais fácil arrecadar dinheiro por algo que funciona automaticamente, gerando para o município uma arrecadação que vai além do que se arrecadam pelo IPTU, ISS e por aí vai. Então eu pergunto: Até onde esses sistemas estão dentro da legalidade do que estipula, por exemplo, o Código de Trânsito? Se observarmos com mais atenção, verificaremos que muitas atitudes são arrecadadoras e não educadora, e não importa se passam por cima do que a constituição estabelece ou o que os Códigos específicos e direcionadores estabelecem.

mises.org.br


Vamos ver alguns casos: Vou me permitir a não citar os nomes de alguns municípios onde foram instituídas essas discrepâncias, porém alguns de vocês saberão comparar e ver se isto faz parte de onde você vive.

Em diversos municípios quando você recebe o IPTU no início do ano, nele vem cobrando taxas como: Iluminação, Lixo, Lixo verde e por aí vai, você sabia que existe municípios em que essas taxas tiveram que serem retiradas, pois em ações impetradas pela OAB local o município perdeu a ação, e essas chegaram aos Tribunais Superiores criando jurisprudência para outros municípios questionarem? Dentro desse silêncio profundo continuam sendo cobrados por alguns outros, pensem: Você paga luz do poste de frente da sua casa, só você utiliza esta luz ou qualquer outra pessoa do país todo pode passar por ali e utiliza-la? Há alguns anos tenho observado que em determinados municípios, a empresa distribuidora de energia, além dos impostos que incidem sobre as contas de luz, como o ICMS, cobram Taxas extras, baseada em que? O Código tributário diz que a bitributação é proibida, mesmo assim ela acontece normalmente.

revistabrasileiro.com.br


Voltando ao Trânsito, se você mora no Sul do Brasil ou no Norte do Brasil e necessita passar por São Paulo, e caso aconteça em um dia onde o número de sua placa do automóvel está no dia do rodízio, o sistema automático identifica e te multa. Eu te pergunto: A constituição te dá o direito de ir e vir em qualquer parte do país, o Código de Trânsito diz que ao obstruir a passagem, o responsável deve informar um caminho alternativo e seguro, e você por um acaso observou alguma placa informativa ou indicativa quando se passa por lá? Não! Quando você questiona judicialmente os Órgãos responsáveis, eles indeferem as defesas prévias, os recursos, cabendo para você como alternativa final a justiça comum, isso porque ao se tratar muitas das vezes de cargos políticos os órgãos que julgam, não possuem profissionais capazes e conhecedores do que a lei determina, passando eles nas suas vaidades donos da razão. O que encontramos de irregularidades Brasil afora é um absurdo, cidades onde os radares se confundem com as placas de anúncio comercial, o que é proibido pelo Código de Trânsito, e muitos outros absurdos que se passam por cima.

Sistema de cobrança será implantado na entrada da cidade como uma espécie de radarFoto: Marcos Porto / Agencia RBS


Esta semana saiu uma matéria muito interessante onde esses questionamentos de inconstitucionalidade estão sendo levantadas. Uma Pequena cidade litorânea chamada Bombinhas, próximo de Florianópolis uns 70 km, por uma atitude da Câmara dos Vereadores aprovaram taxar todos os visitantes que forem ao município, não abrem mão nem para os municípios vizinhos, aí eu pergunto: Já pensou se essa moda pega em um país com mais de 8000 km de costa litorânea, ou seja, já estão buscando outros mecanismos para arrecadar, e dizem que é para o meio ambiente.
Bom, por agora vamos parar por aqui, mas voltaremos com esse “Brasil que o Brasil desconhece”, e analise você como advogado, apreciadores dos pontos de interrogações que nos chegam e tire suas conclusões. Veja a matéria abaixo.

A aprovação da cobrança para a entrada de visitantes no município de Bombinhas pela Câmara de Vereadores levanta questionamentos e expõe algumas incertezas no município do Litoral Norte nos últimos dias. A reação dos empresários à regulamentação da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) de R$ 20 por carro, confirmada segunda-feira, foi um pedido de adiamento à prefeitura. Além de dúvidas sobre como os recursos arrecadados serão investidos, a Associação Empresarial (AEMB) quer saber mais sobre o modelo de prestação de contas à população e o funcionamento do sistema.
De acordo com o projeto de lei do Executivo, a cobrança da TPA deverá ser feita no período entre 15 de novembro e 15 de abril, já a partir de 2014. Para evitar filas, a entrada de Bombinhas não terá cancelas, mas um equipamento similar a um radar lerá as placas e fará a verificação. Quem não fizer o pagamento durante a estadia em estabelecimentos conveniados como, bancos, comércio e internet, receberá a conta em casa. Se houver inadimplência, o proprietário do veículo será protestado. Até mesmo moradores do município vizinho de Porto Belo terão de pagar a taxa.
Em ofício enviado à prefeitura de Bombinhas, a AEMB pediu o adiamento da cobrança até 2015. O documento alerta que há muitas questões em aberto e que a pressa de colocar a medida em prática pode trazer insegurança jurídica.
O texto da lei não detalha como será a aplicação dos recursos arrecadados com a taxa, mas cita que os valores serão revertidos para infraestrutura ambiental, preservação do meio ambiente com seus ecossistemas naturais, limpeza pública, e ações de saneamento. A prefeita Ana Paula da Silva explica que a TPA vai funcionar semelhante ao sistema usado pelo Departamento de Trânsito (Detran) e justifica a necessidade de agilização da medida.
— Nossas prioridades são investir em limpeza pública e saneamento básico, porque Bombinhas é menos de 10% saneada. Sabemos que estamos criando uma polêmica, mas não há como moradores pagarem a taxa de lixo para mais de um milhão de pessoas na temporada — ressalta.
Ana Paula ressaltou que a aplicação dos recursos será tratada com transparência, mas que o processo ainda está em discussão no grupo de trabalho montado pela prefeitura para estudar o assunto.
Empresários sugerem implantação gradativa
O ofício da Associação Empresarial de Bombinhas (AEMB) faz sete questionamentos mas também aponta sugestões: uma delas é permitir a compensação da taxa por estabelecimentos comerciais e de serviços em geral.
O temor do setor turístico é que a incerteza sobre pontos como o prazo para os turistas pagarem a tarifa e a cobrança da taxa para estrangeiros — que não tem Renavam e placas cadastradas no sistema brasileiro — possam provocar ações que venham a suspender a cobrança, "gerando desconforto e desconfiança", manifesta a nota da entidade.
A associação propõe a instituição inicial da Zona Azul nas principais vias da cidade e que a TPA seja implantada de forma gradativa, para evitar sobressaltos e problemas para a cidade, permitindo ainda as adequações necessárias.
Outro ponto questionado é se um estudo encomendado pela prefeitura para a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) para constatar a capacidade de carga turística do município foi utilizado como base para a aprovação da taxa. A prefeita Ana Paula Silva explica que, como o estudo ainda não estava concluído, o poder público optou por fazer um levantamento próprio do fluxo de veículos e tempo de permanência de visitantes, com a instalação de câmeras na entrada e saída da cidade.
Lei é válida e pressupõe transparência, diz OAB
O projeto de lei é Constitucional, porém, pode ser discutível se o município não for transparente em relação à aplicação dos recursos em melhorias ambientais, avalia o presidente da Comissão de Transportes e Mobilidade Urbana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina, Antônio de Arruda Lima. Ele explica que a taxa foi criada com a finalidade específica na aplicação de benefícios ambientais e deve ser vinculada a este fim.
— Cabe ao poder público garantir a melhor transparência disponibilizando as ferramentas necessárias para que o contribuinte como e onde está sendo revertido os recursos. O próprio projeto pode estabelecer estas regras, que caso não aconteça, pode inclusive ser uma forma de derrubar a lei — alerta.
Lima observa que desconhece algum caso semelhante que tenha sido discutido no Supremo Tribunal Federal (STF). Taxas semelhantes, ocorrem no arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco e na cidade de Ilhabela, em São Paulo.
— Existe uma discussão em relação ao conceito popular de ir e vir, mas não encontrei decisões que tenham sido discutidas nas estâncias superiores. A lei é Constitucional — reforça Lima.
O presidente da Comissão explica que, diferente de um pedágio, que é administrado por uma concessionária, a taxa deve ser cobrada pelo poder público. Como se trata de uma lei, qualquer município poderia instituí-la, conforme a sua receptividade na cidade.
— Se houver bom senso, normas criteriosas para atender os objetivos de forma equilibrada, levando em conta a questão do bem maior que é o meio ambiente, é um projeto de lei bem interessante — avalia Lima. (Colaborou Mônica Foltran)
Quem vai pagar
- Para motocicleta, motoneta e bicicleta a motor: R$ 2,56 (1 UFRMs)
- Para veículos de pequeno porte (passeio, automóvel): R$ 20,53 (8 UFRMs)
- Para veículos utilitários (caminhonete e furgão): R$ 30,79 (12 UFRMs)
- Para veículos de excursão (van) e micro-ônibus: R$ 41,06 (16 UFRMs)
- Para caminhões: R$ 61,59 (24 URFMs)
- Para ônibus: R$ 102,65 (40 UFRMs)

*Valores baseados no custo da UFRMs, que ontem estava em R$ 2,5663.
Quem está liberado
- Ambulâncias, veículos oficiais, carros fortes e carros fúnebres previamente cadastrados
- Veículos prestadores de serviços ou que façam o abastecimento do comércio local — previamente cadastrados e somente em dias úteis
- Veículos transportando artistas e aparelhagem para espetáculos, entre outros
- Veículos de empresas de eletricidade, telefonia fixa e móvel, saneamento e concessionária de transporte público coletivo, previamente cadastrados
- Veículos licenciados em Bombinhas
- Veículos que transportem trabalhadores de municípios vizinhos, previamente cadastrados
- Veículos de pessoas com cadastro imobiliário predial no município

Fonte RBS




"O NOSSO LIXO DE CADA DIA "

Assim como já acontece em diversos países, e no Brasil alguns municípios estão acordando para este procedimento, resta-nos acreditar que os procedimentos inteligentes na coleta e separação do lixo devem ficar, e se possível ampliar para que tenhamos uma cidade ,um estado, um país e um mundo melhor.

Um bom exemplo é Barcelona na Espanha, veja no link abaixo e depois veja a matéria sobre Salvador-BA


Contêineres de lixo subterrâneos ajudam Salvador com a coleta seletiva


Projeto piloto importado de Portugal de lixo subterrâneo e não terá custo para a prefeitura de Salvador

Fonte: EcoD

Comuns nas principais cidades europeias, os coletores de resíduos subterrâneos ainda estão distantes da realidade brasileira, restritos a poucos municípios: São Paulo, Paulínia (SP) e Fortaleza. Nesta semana, Salvador anunciou que também passará a contar com a tecnologia.
Funciona assim: o lixo é colocado dentro do recipiente, como em qualquer lixeira comum. Só que o recipiente não tem fundo. Logo, todos os resíduos vão parar no contêiner, que está bem abaixo da superfície. Quando o caminhão chega para fazer a coleta, um dos garis usa um controle remoto para acessar os espaços subterrâneos.
Daí, o chão abre, literalmente. “Ele levanta como se fosse uma tampa”, explicou ao jornal Correio a presidente da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb), Kátia Alves. Quando a “tampa” sobe, até a lixeira que fica visível vai junto. O caminhão, adaptado com uma grua, puxa o contêiner e despeja o conteúdo na caçamba. Depois, coloca a caixa no lugar e a tampa – no caso, a calçada – é fechada.
O piso é feito com o mesmo material do resto da calçada, de acordo com a presidente da Limpurb. “Em cada uma das caixas tem um dispositivo que dispara na empresa quando tiver chegado a 80% da capacidade. O caminhão vai lá e faz a retirada”, explica. Os contêineres com dois marcos comportam 1,6 tonelada. Já os de três podem carregar 3 toneladas.
A expectativa é que a novidade reduza os gastos com as viagens. “Enquanto no sistema comum a gente tem que fazer a coleta todo dia, agora vamos fazer quando atingir a capacidade”, comenta Kátia.

Benefícios do equipamento
Além disso, os coletores isolam o lixo, evitando o mau cheiro e a presença dos animais, conforme destaca o secretário municipal da Cidade Sustentável, André Fraga. “Vamos ter um armazenamento mais adequado, além da estética”, destaca.
Os novos recipientes também facilitariam a coleta seletiva. No equipamento com três caixas da Barra, por exemplo, duas ficarão reservadas para lixo úmido e uma para lixo seco. “Vamos deixar de levar para o aterro um resíduo que pode ser reaproveitado, o que vai ajudar as cooperativas e catadores”, aponta Kátia. Hoje, existem 19 cooperativas de catadores em Salvador.

Lixeiras discretas
A previsão é que, até o final de agosto, a capital baiana já conte com pelo menos três contêineres subterrâneos funcionando na Barra. Basicamente, são grandes latões de lixo que ficam debaixo do chão – do concreto mesmo, no passeio. E não dá para notar: um desavisado verá algo que parece uma lixeira comum, com cerca de 1 metro de altura.
Até setembro, as novas lixeiras já devem ter chegado também ao Mercado Modelo. Segundo Kátia Alves, a meta é instalar 20 equipamentos em diferentes pontos da cidade até o final de 2015. “A limpeza é dividida entre quatro empresas e cada uma vai implantar em alguns pontos. Mas a ideia é expandir isso. Vamos colocar na orla e em pontos turísticos”, garante Kátia.

Custo-benefício
No entanto, até chegar aos benefícios, o investimento é alto. Um contêiner com três caixas custa cerca de R$ 120 mil, enquanto o de dois marcos custa R$ 80 mil. Enquanto isso, o valor médio dos contêineres normais, cuja capacidade é de 300 quilos, é de R$ 2 mil.
Os subterrâneos são importados do Porto, em Portugal. “Nós temos cerca de 300 desses lá, o que corresponde a 50% do total da cidade (do Porto). Temos uma parceria com a prefeitura para substituir todas as lixeiras gradativamente”, diz o diretor de operações da TNL, empresa que vende os equipamentos, Rodrigo Aires.
De acordo com Kátia Alves, não haverá custo para a prefeitura de Salvador. “São as empresas que compram. É uma cláusula do contrato com elas a modernização do serviço de limpeza urbana”, garante.
O gerente de gestão operacional da Revita, empresa responsável pela limpeza de cerca de 60% da área de Salvador, Fábio Andrade, diz que este é um projeto piloto. “O objetivo agora é observar o custo-benefício do projeto. Vamos observar os resultados para levar a melhor alternativa para cada área”, conta.

No mundo e pelo Brasil
Hoje, essa tecnologia já está presente em países como Espanha e Emirados Árabes. No Brasil, cidades como Fortaleza, São Paulo e Paulínia, no interior paulista, já implantaram os coletores. Em Paulínia, pioneira no país, os equipamentos já estão em 20 pontos da cidade.
Na capital cearense, há os chamados “bigtaineres”, que comportam 10 toneladas de lixo. “Temos três nas principais praças. Tem funcionado muito bem. Evita o acúmulo de lixo e desafogamos o trânsito, porque diminuímos viagens”, conta o secretário Regional do Centro de Fortaleza, Ricardo Sales.



Postado por Daniela Kussama

Até quando Brasil vai enterrar seus resíduos em lixões?

Vanessa Barbosa - Exame.com - 04/08/2014
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O último sábado (2) seria o dia em que lixões a céu aberto virariam coisa do passado no Brasil. A realidade, infelizmente, é outra. Mais da metade dos municípios do país ainda enterram seus lixos em buracos sem o mínimo de proteção necessária para evitar contaminação do meio ambiente, colocando a saúde da população em risco.

Com o fim do prazo para que se encerre o descarte irregular de lixo, conforme determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), essas cidades e seus prefeitos representam a faceta mais visível de um Brasil que está fora da lei — há muito tempo.

A destinação irregular de resíduos é conduta enquadrada como crime ambiental previsto na Lei n.º 9.605 de 13 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais). Ou seja, lixão já era crime pelo menos uma década antes da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010.

Tanto que os municípios que não cumpriram o prazo de fechamento de lixões, previsto pela PNRS, estarão sujeitos a penalizações previstas na Lei de Crimes Ambientais, como multas que variam de R$ 5 mil a R$ 50 milhões e até prisão do gestor público.

A Lei dos resíduos sólidos determina que todos os lixões do país deveriam ser fechados até o dia 2 de agosto de 2014 e que os resíduos sem possibilidade de reciclagem deveriam ser encaminhados para um aterro sanitário.

Por aterro sanitário entende-se uma obra de engenharia bem planejada capaz de garantir a proteção necessária para evitar a contaminação do solo, onde o chorume deve ser tratado e o gás metano queimado.

O não cumprimento do que determina a Lei é explicado por fatores diversos, que vão da falta de recursos econômicos, passando pela ausência de comprometimento dos administradores públicos, até dificuldades na formação de consórcios públicos entre os municípios.

Características espaciais também fazem a diferença aqui. “Dos cerca de 2500 municípios brasileiros que ainda possuem lixão (de um total de 5.570), 45% estão concentrados no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em muitas regiões, você tem um problema de distancia e de isolamento, há lugares onde só se chega de barco. Vai transportar o resíduo como?”, pontua Ariovaldo Caodaglio, presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur).

“Outros municípios consideram que os atuais orçamentos não permitiriam fazer tudo o que a Politica pede. Mais de 50% das cidades não têm condição de tomar crédito por conta das dividas publicas”, explica Ariovaldo.

Ele lembra, no entanto, que a Lei favorece o município, ao prover recursos financeiros mediante a apresentação do Plano de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos, que pode ser feito em consórcio com outros municípios vizinhos.

Com esses planos, municípios poderão ter acesso ao financiamento necessário para a construção de novos aterros sanitários.

ADIAR O PRAZO?
Com a baixa adesão dos municípios à elaboração dos planos locais de gestão dos resíduos, cresceu a expectativa de adiamento do prazo - uma proposta do deputado Manoel Júnior para que o encerramento dos lixões ficasse para 2022, oito anos após o original.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) refutou a ideia, defendendo como alternativa que as cidades que não cumprirem a meta a assinem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, que fiscaliza a execução da lei.

Para Márcio Pereira, especialista em meio ambiente do L.O. Baptista-SVMFA, a proposta de simplesmente prorrogar o prazo sem exigir nenhuma contrapartida seria um retrocesso.

"Com certeza há situações de municípios que apostam na complacência, acreditando que o prazo será prorrogado, e por isso não fez seus esforços políticos para regularizar a situação do lixo. Mas há municípios que estão agindo, só que encontram algumas dificuldades no caminho", diz. "Se for adiar, tem que estabelecer um prazo com regras de ajuste para ser seguido à risca", acrescenta.

Thais Cazzaro, da consultoria Key Associados, especializada em gestão ambiental, diz que apesar da Lei ter sido sancionada em 2010, a busca por apoio para a criação dos Planos de Gerenciamento começaram a se intensificar quase dois anos depois.

“A procura começou em cima do prazo. A grande maioria veio se preocupar só em 2012. É uma pena, mas as questões ambientais ainda são tratadas de forma secundária no país, o que é triste, porque ela reflete na saúde pública", diz. E resume: "Alguma coisa tem que acontecer e o Brasil tem que encarar isso de frente.

Fonte: Planeta Sustentável

Vapor de água vai intensificar impactos no clima nas próximas décadas 

 José Eduardo Mendonça - 29/07/2014 às 08:38

vapor-agua-impacto-clima
Na troposfera, ele funciona como amplificador do aquecimento global
Um novo estudo, da Faculdade de Ciências Marinhas e da Atmosfera da Universidade de Miami, confirma que níveis crescentes de vapor de água na alta troposfera irão intensificar os impactos da mudança do clima nas próximas décadas.  Ele é um importante amplificador do aquecimento global. É o primeiro trabalho a mostrar que o aumento das concentrações de vapor é um resultado direto da atividade humana, segundo Brian Soden, co-autor do trabalho, publicado ontem no Proceedings of the National Academy of Science.
Segundo o estudo, o acréscimo de vapor na troposfera, camada da atmosfera mais próxima da superfície, entre 5 e 20 km de altitude, vai ter um papel cada vez maior nas projeções do clima.
Para descobrir o que estava causando uma tendência de 30 anos de mais vapor de água na troposfera, os cientistas coletaram dados de satélites da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa) e os compararam a modelos do clima que preveem a circulação de água entre o oceano e a atmosfera. Isto permitiu a eles determinar se as mudanças observadas no vapor eram ou não consequência de atividade humana.
Os experimentos revelaram que causas naturais como atividade vulcânica ou atividade solar não podem explicar suas quantidades crescentes.
Mas Soden nota que estes aumentos não são de certa forma resultado direto dos impactos da atividade humana na região – na verdade, são criados como resposta ao aquecimento da atmosfera, que se dá primariamente pela geração de CO2 da queima de combustíveis fósseis.
Se o vapor está tendo papel importante no aquecimento global, que induz a evaporação de água, que sua vez leva a ainda mais vapor na atmosfera, será que este mecanismo de feedback poderia sair do controle? “Ele não é forte o bastante para levar o clima a um modo de aquecimento incerto,” disse ele, de acordo com o Phys Org.
Foto: NASA

Fonte  Planeta Sustentável

terça-feira, 29 de julho de 2014


9/07/2014 13h13 - Atualizado em 29/07/2014 14h28

Brasil inaugura primeira fábrica de mosquitos da dengue transgênicos

Empresa Oxitec produz inseto capaz de reduzir transmissão da dengue.
Unidade em Campinas gera até 2 milhões de mosquitos por semana.


Eduardo CarvalhoDo G1, em Campinas
Mosquito Aedes aegypti macho fabricado pela Oxitec, unidade criada em Campinas, interior de São Paulo (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Mosquito Aedes aegypti macho fabricado pela Oxitec, unidade criada em Campinas, interior de São Paulo (Foto: Eduardo Carvalho/G1)






A empresa britânica Oxitec inaugurou, nesta terça-feira (29), a primeira fábrica de mosquitos Aedes aegypti transgênicos do Brasil, uma tecnologia que, se aprovada, pode ajudar no combate da dengue no país. A unidade, instalada em Campinas, tem capacidade de produzir 500 mil insetos por semana. No ápice de produção, esse número pode saltar para 2 milhões de machos a cada sete dias.
A tecnologia foi desenvolvida em 2002, no Reino Unido. No laboratório, ovos dos Aedes aegyptireceberam uma microinjeção de DNA com dois genes, um para produzir uma proteína que impede seus descendentes de chegarem à fase adulta na natureza, chamado de tTA, e outro para identificá-los sob uma luz específica.

Os machos, quando liberados na natureza, procriam com as fêmeas –responsáveis pela incubação e transmissão do vírus da dengue. Elas vão gerar descendentes que morrem antes de chegarem à vida adulta, reduzindo a população total.

Testes iniciados em 2011 na cidade de Juazeiro, na Bahia, mostraram redução acima de 80% na população selvagem. Alguns experimentos apontaram resultados de 93% de redução do Aedes aegypti que vive na natureza. O uso dos insetos da Oxitec no Brasil foi feito em parceria com a organização Moscamed.
Fábrica pode produzir 500 mil mosquitos
por semana (Foto: Eduardo Carvalho/G1

Fábrica em Campinas tem capacidade de produzir 500 mil mosquitos da dengue transgênicos por semana (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Como funciona
A ideia da Oxitec é ser contratada pelo poder público para fornecer um pacote de serviços, que vai desde o treinamento de agentes públicos ao combate de possíveis epidemias de dengue.

A contratação depende da aprovação da Agência de Vigilância Sanitária, a Anvisa, que ainda estuda autorizar a comercialização deste tipo de serviço. Caso isto ocorra, o Brasil poderá ser o primeiro país a aprovar o uso de Aedes aegypti transgênico, em caráter comercial, para combater a dengue.

Segundo Glenn Slade, diretor global de desenvolvimento de negócios da empresa, uma cidade de 50 mil habitantes terá de desembolsar de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões por ano para aplicar os serviços, e R$ 1 milhão pelos anos seguintes, para manutenção dos insetos.

O processo de liberação é dividido em três fases. Em um plano simulado para um município de 10 mil habitantes, na primeira fase, chamada de supressão, são liberados 2,5 milhões de insetos por semana (250 para cada habitante). Na consolidação, o total de lançamentos cai para um milhão por semana. As duas primeiras etapas duram de quatro a seis meses. Na terceira e última fase, a de manutenção, são liberados 500 mil mosquitos machos por semana.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1º de janeiro e 5 de julho deste ano, o país registrou 659.051 casos de dengue, total que é 52,5% menor que o do ano passado (1.388.776 notificações). A quantidade de mortes também diminuiu. Foram 249 óbitos entre 1º janeiro e 5 de julho deste ano contra 541 no mesmo período do ano passado.

terça-feira, 4 de março de 2014

Cerveja: o transgênico que você bebe



Sem informar consumidores, Ambev, Itaipava, Kaiser e outras marcas trocam cevada pelo milho e levam à ingestão inconsciente de OGMs


Por Flavio Siqueira Júnior, advogado e ativista de direitos humanos e Ana Paula Bortoletto, nutricionista e doutora em nutrição em saúde pública


Vamos falar sobre cerveja. Vamos falar sobre o Brasil, que é o 3º maior produtor de cerveja do mundo, com 86,7 bilhões de litros vendidos ao ano e que transformou um simples ato de consumo num ritual presente nos corações e mentes de quem quer deixar os problemas de lado ou, simplesmente, socializar.
Não se sabe muito bem onde a cerveja surgiu, mas sua cultura remete a povos antigos. Até mesmo Platão já criou uma máxima, enquanto degustava uma cerveja nos arredores do Partenon quando disse: “era um homem sábio aquele que inventou a cerveja”.
E o que mudou de lá pra cá? Jesus Cristo, grandes navegações, revolução industrial, segunda guerra mundial, expansão do capitalismo… Muita coisa aconteceu e as mudanças foram vistas em todo lugar, inclusive dentro do copo. Hoje a cerveja é muito diferente daquela imaginada pelo duque Guilherme VI, que em 1516, antecipando uma calamidade pública, decretou na Bavieira que cerveja era somente, e tão somente, água, malte e lúpulo.
Acontece que em 2012, pesquisadores brasileiros ganharam o mundo com a publicação de um artigo científico no Journal of Food Composition and Analysis, indicando que as cervejas mais vendidas por aqui, ao invés de malte de cevada, são feitas de milho.
Antarctica, Bohemia, Brahma, Itaipava, Kaiser, Skol e todas aquelas em que consta como ingrediente “cereais não maltados”, não são tão puras como as da Baviera, mas estão de acordo com a legislação brasileira, que permite a substituição de até 45% do malte de cevada por outra fonte de carboidratos mais barata.
Agora pense na quantidade de cerveja que você já tomou e na quantidade de milho que ela continha, principalmente a partir de 16 de maio de 2007.
Foi nessa data que a CNTBio inaugurou a liberação da comercialização do milho transgênico no Brasil. Hoje já temos 18 espécies desses milhos mutantes produzidos por MonsantoSyngentaBasfBayerDow Agrosciences e Dupont, cujo faturamento somado é maior que o PIB de países como Chile, Portugal e Irlanda.
Tudo bem, mas e daí?
E daí que ainda não há estudos que assegurem que esse milho criado em laboratório seja saudável para o consumo humano e para o equilíbrio do meio ambiente. Aliás, no ano passado um grupo de cientistas independentes liderados pelo professor de biologia molecular da Universidade de Caen, Gilles-Éric Séralini, balançou os lobistas dessas multinacionais com o teste do milho transgênico NK603 em ratos: se fossem alimentados com esse milho em um período maior que três meses, tumores cancerígenos horrendos surgiam rapidamente nas pobres cobaias. O pior é que o poder dessas multinacionais é tão grande, que o estudo foi desclassificado pela editora da revista por pressões de um novo diretor editorial, que tinha a Monsanto como seu empregador anterior.
Além disso, há um movimento mundial contra os transgênicos e o Brasil é um de seus maiores alvos. Não é para menos, nós somos o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, mais da metade do território brasileiro destinado à agricultura é ocupada por essa controversa tecnologia. Na safra de 2013 do total de milho produzido no país, 89,9% era transgênico. (Todos esses dados são divulgados pelas próprias empresas para mostrar como o seu negócio está crescendo)
Enquanto isso as cervejarias vão “adequando seu produto ao paladar do brasileiro” pedindo para bebermos a cerveja somente quando um desenho impresso na latinha estiver colorido, disfarçando a baixa qualidade que, segundo elas, nós exigimos. O que seria isso se não adaptar o nosso paladar à presença crescente do milho?
Da próxima vez que você tomar uma cervejinha e passar o dia seguinte reinando no banheiro, já tem mais uma justificativa: “foi o milho”.
Dá um frio na barriga, não? Pois então tente questionar a Ambev, quem sabe eles não estão usando os 10,1% de milho não transgênico? O atendimento do SAC pode ser mais atencioso do que a informação do rótulo, que se resume a dizer: “ingredientes: água, cereais não maltados, lúpulo e antioxidante INS 316.”
Vai uma, bem gelada?



Postado por Daniela Kussama