Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.
Antes de tudo, é preciso deixar uma coisa bem clara: Não sou contra sociedades, e nem poderia ser, eu mesmo faço parte de uma. Mas isso não me impede de abordar o assunto criticamente. Afinal, convenhamos, poucas decisões são tão arriscadas em um negócio como essa.
Conheço casos bem sucedidos e felizes, mas também conheço algumas histórias de terror. No primeiro tipo (as bem sucedidas e felizes), estão sempre presentes alguns elementos estruturais: complementação e maturidade profissional, afinidade, inexistência de pendências anteriores, obstinação comum, clara distribuição de responsabilidades, pés fincados no chão e vaidades deixadas de lado.
No outro (as histórias de terror), encontramos as aterrorizantes características que fazem qualquer união de negócios naufragar: vaidade em excesso, sobreposição de funções, imaturidade, pés a trinta centímetros do chão prontos para decolagem, complicações herdadas do passado, entre outras.
É o tipo de união que quando dá certo, só traz benefícios, mas, quando dá errado, torna-se inesquecível por conta das terríveis conseqüências.
Evite sócios que dão cabeçadasÉ possível que você já tenha encontrado a sua e esteja muito satisfeito com ela, ou talvez nada satisfeito e já pensando nas terríveis conseqüências às quais me referi. Mas é pensando naqueles que estão em busca de um sócio, que produzimos esse texto, onde destacamos algumas dicas essenciais para você não entrar numa roubada total:
1 – Tome cuidado com sócios seriais. Não os confunda com empreendedores seriais. O primeiro vive pulando de uma canoa para outra e o segundo conclui e consolida os seus projetos.
2 – Atenção com aqueles que tem predileção pelo “bobajal” corporativo. É bem possível que insistam em implementar modismos de gestão cuja ineficiência gerada possa ser suportada por uma empresa que fatura acima de quinhentos milhões de reais (e olhe lá), mas uma micro ou pequena empresa, nos seus primeiros anos de vida, jamais resistirá a isso.
3 – Observe as pendências anteriores dos seus potenciais futuros sócios. Sim, elas vão contaminar o seu negócio, e em última análise o seu próprio patrimônio. Não existe blindagem para isso.
4 – Evite os espertinhos, vaidosos e performáticos. Esses defeitos de personalidade são incompatíveis com quem tem pela frente o desafio de colocar uma empresa no ar.
5 – Fique atento diante das motivações do seu pretendente a sócio. Alguns estão simplesmente tentando fugir dos horrores corporativos em busca de uma vida de maior autonomia. É válido, mas ainda é pouco para caracterizá-lo como um futuro bom empresário.
6 – Fuja dos ansiosos e imaturos, que observam na sociedade com você, um caminho em busca da solução para os seus problemas financeiros imediatos. Um bom sócio precisa ter a consciência de que os primeiros tempos (muitas vezes anos) são difíceis e exigem persistência.
De resto, o óbvio. Decida sem pressa, não aceite pressões, pense e repense as suas decisões. Resumindo, reúna uma boa dose de bom senso, e é claro, de muita coragem.
Boa sorte.
Abraços,
Gustavo Chierighini, da Plataforma Brasil
http://www.saiadolugar.com.br/2010/08/31/como-escolher-um-socio/
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