PGR encaminhou alegações finais ao STF e pediu condenação de 36 réus.
Para advogado, manutenção de condenação a Dirceu é 'peça de ficção'.
Mariana Oliveira
Ex-ministro José Dirceu durante encontro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores em novembro do ano passado ( Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil) |
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) está "sereno e tranquilo" mesmo com a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em manter as acusações contra ele no processo do mensalão, afirmou nesta sexta-feira (8) o advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Dirceu no processo.
José Dirceu foi acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha pelo suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares da base aliada para aprovação de projetos de interesse do governo na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu tinha esperança de que o MPF (Ministério Público Federal), como fiscal da lei, examinasse devidamente os autos. (...) Meu cliente está sereno e tranquilo e confia na Justiça. Tenho convicção de que, até o final, o plenário do STF vai declarar a inocência do ministro José Dirceu", disse Oliveira Lima.
Nas alegações finais enviadas ao Supremo Tribunal Federal na quinta, Gurgel pediu a manutenção da condenação a 36 dos 40 réus iniciais do processo. O procurador pediu que sejam inocentados Luiz Gushiken e Antônio Lamas, alegando falta de provas. Dois dos 40 citados inicialmente no processo foram excluídos ao longo das investigações: o ex-tesoureiro do PT, Silvio Pereira, que fez acordo com o Ministério Público para prestar serviços à comunidade, e o ex-deputado José Janene, que morreu no ano passado.
No parecer, o procurador diz que Dirceu ainda tem "influência" no PT. Para o advogado de Dirceu, a manifestação do PGR "nada mais é do que uma peça de ficção. Não há no processo nenhuma prova nem circunstância nem fato que incrimine o ex-ministro José Dirceu. É risível a procuração do PGR pleiteando que o ex-ministro seja condenado porque até hoje teria poder no Partido dos Trabalhadores. É inacreditável que o chefe do MPF faça uma afirmação nesse sentido."
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