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resíduos sólidos
Lixo hospitalar vira lixo comum, também no Brasil
Chega ao país a tecnologia italiana que transforma resíduos contaminados de clínicas e hospitais em lixo comum e esterilizado, com vantagens financeiras e ambientais
Marina Franco - Edição: Mônica NunesPlaneta Sustentável - 16/02/2011
Resíduos de hospitais e clínicas médicas sempre representaram um grande problema. Não só para o meio ambiente, já que normalmente são incinerados, o que libera gases do efeito estufa na atmosfera, como também para os estabelecimentos que trabalham com saúde, que gastam muito dinheiro para gerenciar seu lixo. Sem contar que os materiais descartados são contaminados por microorganismos transmissores de doenças e expõe funcionários a riscos de infecção. Pois uma tecnologia italiana chega ao Brasil para tentar solucionar a questão.
O equipamento - chamado de Newster 10 -, adotado recentemente pelo Hospital Instituto de Medicina e Cirurgia do Paraná, de Curitiba/PR, trata o lixo hospitalar, basicamente, através de dois processos: o de trituração e o de esterilização. Ele é composto por uma câmara com pressão atmosférica a alta temperatura, que funciona como um grande liquidificador. O operador da máquina precisa, apenas, apertar um botão para que a turbina comece a trabalhar. Como é ligada em fonte de energia de 380 Volts, a velocidade com que os resíduos entram em atrito é tão grande que eleva a temperatura interna do equipamento a 150º C. Depois de cerca de meia hora em funcionamento, e de um resfriamento com ajuda de água, a máquina devolve um pó cinza. A vantagem é que ele sai esterilizado, sem nenhum organismo vivo causador de doenças. Além disso, seu volume é até 70% menor e o peso 30% mais leve.
O processo transforma em lixo comum resíduos como:
- materiais para diálise (placas e tubos);
- embalagens (sacos, garrafas, caixas);
- os de laboratórios de microbiologia (amostras de substâncias fisiológicas, caixas para cultura de micróbios);
- cirúrgicos (luvas, bisturis, cateteres);
- infectados (seringas, sondas) e
- materiais orgânicos.
Outra vantagem do aparelho é que seu impacto ambiental é baixo. “Não produz nenhum efluente perigoso para a saúde, nem poluição para o meio ambiente. Ele não libera gás, apenas um vapor de água, que ainda passa por filtros de carbono ativo”, explica Beatriz Genaro, diretora da Traadex, que importa o produto para o país.
Apesar de novo no Brasil, o equipamento tem 20 anos de existência e ajuda hospitais de 22 países, entre eles França, Itália, Polônia, Rússia, Irã, Egito, Marrocos, Uruguai, Paraguai e Venezuela. O hospital ou clínica que quiser comprar a máquina deve investir 220 mil euros, incluindo a instalação do aparelho e o treinamento de operadores. Dependendo da quantidade de lixo produzida, o investimento deve ser compensado em uma média de dois anos e meio. A estimativa é de que os custos com lixo reduzam 60% a 70% por mês.
Por enquanto, o equipamento tem as licenças necessárias para entrar em funcionamento no Paraná, mas a ideia é que chegue a outros estados do país.
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