"O QUEIJO, UMA DIVISA QUE O BRASIL DEIXA DE GANHAR"
Por: Marco A.L. Ferreira
25.10.2014
Foto Marco A.L.Ferreira - Gruyère - Suiça |
O Brasil
talvez seja o país com maior rebanho bovino do mundo, hoje temos
mais de 200 milhões de cabeça, segundo estatísticas temos mais
bovinos no país do que habitantes. Ao visualizarmos o mundo e suas
características regionais, climas, ambientes, poderemos ter uma
miscelânea de produtos que acabam montando uma matriz alimentícia
muito interessante, principalmente quando observamos o que constitui
a alimentação de um povo.
No
decorrer dos séculos e milênios esta alimentação se sofisticou e
proporcionou a humanidade vantagens, não só na recomposição de
tudo que era importante para o corpo humano, mas também para a
economia de uma região ou de um país, e muitos deles hoje se
destacam na gastronomia como em faturamento, que muitas pessoas
jamais imaginariam.
Voltando
a nossa próspera criação bovina, ainda esquecemos de aproveitar o
que ela nos proporciona de uma forma mais expressiva, ainda
encontramos uma desarmonia muito grande na questão da qualidade dos
produtos derivados do leite, com constantes denúncias de
adulteração e por aí muitos desses produtos que formam essa cadeia
alimentícia tão importante na matriz alimentícia.
A pouco
tempo atrás um amigo ouviu de uma outra pessoa o seguinte
questionamento: O Brasil com um dos maiores rebanhos do mundo, grande
fornecedor de carne, para onde vão todo esse couro animal que faz
com que tenhamos sapatos tão caros? Cabe-nos avaliar sempre e tentar
visualizar onde estamos pecando, ou onde a carga tributária torna
esse produto tão caro, ou até mesmo a venda dessa matéria-prima
para outros mercados que não sejam o nosso.
Voltando
ao queijo, alguns países entre eles cito a Suíça, que segundo
alguns dados disponíveis na rede, mostram que tem um faturamento
anual com o queijo “ Gruyère” em mais de US$ 500.000.000,00
“quinhentos milhões de dólares”, o que torna uma receita muito
interessante para uma receita somente de queijo, porém com um
trabalho árduo na qualidade desse queijo desde a alimentação do
gado até sua entrega ao consumidor, poderíamos hoje estar
visualizando uma receita com toda essa população bovina que
possuímos, mas os entraves para a produção e a constituição de
mecanismos para produção de queijo no Brasil esbarra, em
dificuldades que acabam desestimulando aquele que gostaria de
investir neste caminho.
Vamos
reviver a história dessa preciosidade gastronômica que nos dias
atuais, tem despertado tando, a nossa culinária e à apreciação
cada vez mais crescente.
Há
evidências de fabricação de queijo que remontam ao ano 2800 a.C. ,
mas a descoberta do queijo teria sido resultado de um acidente
afortunado. Algum leite que ficou aquecendo junto ao fogo ou guardado
num saco feito com estômago de animal teria coalhado, o que causou a
separação ou coagulação dos sólidos( a coalhada) e do líquido(
o soro), dando ao homem a oportunidade de aprender que seu produto
mais valioso - o leite – podia ser conservado em forma de queijo e,
finalmente, que o coalho encontrado no estômago do animal produtor
de leite era o coagulante.
Hoje,
cerca de 5000 anos depois, faz queijos no mundo inteiro de todo tipo
de leite, desde a rena da Lapônia, do búfalo da Austrália e de
iaque no Reino do Butão. O milagre do queijo é de fato que, embora
o leite tenha mais ao menos o mesmo gosto por toda parte, a
diversidade da textura, sabores e aromas é quase infinita, da mesma
formatação, com formas diversas, que acompanharam os séculos, e
dentro dessas experimentações ordem religiosas, com suas nuanças
e texturas que caracterizaram seus sabores e os transformaram em
verdadeiras obras primas, seja no tipo do animal, no solo, na
alimentação ou pasto, assim como o clima e o microclima e a
inventividade e criatividade dos mestres queijeiro.
Os
queijos europeus devem muito ao conhecimento dos gregos e depois dos
romanos, que se basearam nesse conhecimento e levaram suas receitas
de queijaria para toda europa, e alimentavam suas legiões conforme
os Impérios. Esse legado é claramente observado, até porque na
continuidade do desenvolvimento desses queijos, alguns que hoje são
iguarias na mesa gastronômica, acabaram sendo nos dias de hoje
descobertos por casualidades. Na Idade média proliferaram as ordem
monásticas na Europa, na Grã-Betanha e na Irlanda especialmente os
monges Beneditinos e, depois, os cistercienses, que desenvolveram os
queijos que hoje chamamos de trapistas ou de mosterios dos quais o
Maroilles do Norte da França foi provavelmente o primeiro.
Historicamente,
o tamanho do queijo era determinado pela quantidade de leite
disponível e a distância até o mercado mais próximo. Assim, os
queijos montanheses tendiam a ser grandes, pois os fazendeiros
juntavam sua produção de leite para fazer queijos de maturação
lenta que pudessem vender no fim do verão, quando as vacas voltavam
para os vales.
Hoje os
queijeiros tradicionais europeus geralmente são feitos em áreas
designadas por vários produtores artesanais, cuja a produção é
suficiente para distribuição no mundo inteiro. São exemplos o
Camembert de leite cru da Normandia, feito por apenas cinco
produtores, e o parmigiano-reggiano, fabricado por cerca de 830
pequenos produtores. Já os queijos artesanais desenvolvido nos
últimos 30 anos, são habitualmente inventados por queijeiros
isolados e raros fora da região ou país de origem, mesmo quando
fabricados em grande volume.
O queijo
tem por característica , como sabor e cheiro a bactéria que é
utilizada para confecção do mesmo. A criatividade nos dias de
hoje, nos proporciona eventuais sabores que são irresistível para
os acompanhamentos, o desenvolvimento da cultura possibilitou, uma
interação de muito esplendor, assim poderemos identificar regiões
que acabaram paralelamente, sendo grandes produtores de vinhos.
Abaixo
temos uma reportagem interessante e que nos possibilita ter uma
pequena mostra de todo esse, mundo em que alguns, valorizam dia a
dia, e que os possibilita trazer para sua região e seu país divisas
muito importantes.
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