Rio+20
Chefe do maior fundo do planeta para o meio ambiente quer criar o banco mundial verde
Para Monique Barbut, do GEF, falta uma entidade grande o bastante para garantir recursos e integrar esforços para projetos globais
Luís Bulcão
Monique Barbut (à direita) defende a criação de um banco mundial verde para integrar os investimentos em meio ambiente(Divulgação/Connect4Climate)
"As pessoas estão gastando mais tempo decidindo se deve haver uma nova agência da ONU para o meio ambiente para substituir a Pnuma, enquanto o que você precisa é construir um sistema de financiamento para o ambiente"
Traçar metas e estabelecer acordos para o meio ambiente são e devem ser prioridade. Mas tão complexo quanto conciliar interesses econômicos com necessidades de preservação é buscar recursos para tornar realidade o que se discute em encontros como aRio+20. É a certeza de que os projetos voltados para o meio ambiente precisam de uma estrutura concreta de financiamento que leva a chefe do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, em inglês) a defender a criação de um banco mundial verde. Para a francesa Monique Barbut, esta deveria ser a prioridade dos líderes mundiais no momento, não a formação de uma nova agência.
Monique desde 2006 está à frente da instituição criada em 1991 para administrar os fundos das convenções formalizadas na Rio 92 e que hoje responde por investimentos de 10 bilhões de dólares que complementam projetos que somam 47 bilhões em 168 países em desenvolvimento, entre eles o Brasil. O que propõe é que essa nova entidade financeira administre todos os fundos ambientais e garanta integração necessária para que eles se complementem.
"As pessoas estão gastando mais tempo decidindo se deve haver uma nova agência da ONU para o meio ambiente para substituir a Pnuma, enquanto o que você precisa é construir um sistema de financiamento para o ambiente. Isso não está sendo discutido. É necessário um lugar onde os fluxos de financiamento sejam claros e sejam empregados nos campos que mais têm necessidade", afirmou Monique, na tarde de quarta-feira, um seminário aberto ocorrido no Centro Internacional Woodrow Wilson, em Washington.
Segundo Monique, a instituição deveria grande o suficiente para responder aos desafios conjuntos impostos pela degradação ambiental. Segundo ela, fundos pequenos e independentes não têm o mesmo efeito necessário para aglutinar os esforços. "Seria mais eficiente e barato para todos se tivéssemos esse banco verde com diferentes janelas para tratar diferentes questões, mas que estivesse em um mesmo plano maior. Isso é o que temos tentado explicar. Infelizmente estamos numa síndrome de que cada instituição está querendo ter seu próprio fundo. Todos querem um fundo, mesmo que seja menor, para si. Mas não estão pensando em um fundo maior que possa ser grande o suficiente para se manter", explicou..
A chefe do GEF também fez fortes críticas às falhas dos países em se comprometerem com metas para a redução de emissões de gases poluentes. Para ela, ideias como o mercado de carbono só podem funcionar caso haja comprometimento dos países. Munique põe em dúvida o Fundo para Mudança Climática, anunciado durante a conferência das partes da Convenção sobre Mudança Climática, realizada em Copenhague, em 2009.
"O Fundo para Mudança Climática, anunciado em Copenhague, é uma incógnita. Hoje tem zero dólar em caixa e não sabemos quanto terá. A ideia de 100 bilhões de dólares anuais é uma piada. Não vai haver 100 bilhões de dólares por ano para esse tipo de programa. Desafio qualquer um a me dizer como gastar esse dinheiro, se ele existisse. Não há capacidade para absorver esses recursos", afirmou.
Monique desde 2006 está à frente da instituição criada em 1991 para administrar os fundos das convenções formalizadas na Rio 92 e que hoje responde por investimentos de 10 bilhões de dólares que complementam projetos que somam 47 bilhões em 168 países em desenvolvimento, entre eles o Brasil. O que propõe é que essa nova entidade financeira administre todos os fundos ambientais e garanta integração necessária para que eles se complementem.
"As pessoas estão gastando mais tempo decidindo se deve haver uma nova agência da ONU para o meio ambiente para substituir a Pnuma, enquanto o que você precisa é construir um sistema de financiamento para o ambiente. Isso não está sendo discutido. É necessário um lugar onde os fluxos de financiamento sejam claros e sejam empregados nos campos que mais têm necessidade", afirmou Monique, na tarde de quarta-feira, um seminário aberto ocorrido no Centro Internacional Woodrow Wilson, em Washington.
Segundo Monique, a instituição deveria grande o suficiente para responder aos desafios conjuntos impostos pela degradação ambiental. Segundo ela, fundos pequenos e independentes não têm o mesmo efeito necessário para aglutinar os esforços. "Seria mais eficiente e barato para todos se tivéssemos esse banco verde com diferentes janelas para tratar diferentes questões, mas que estivesse em um mesmo plano maior. Isso é o que temos tentado explicar. Infelizmente estamos numa síndrome de que cada instituição está querendo ter seu próprio fundo. Todos querem um fundo, mesmo que seja menor, para si. Mas não estão pensando em um fundo maior que possa ser grande o suficiente para se manter", explicou..
A chefe do GEF também fez fortes críticas às falhas dos países em se comprometerem com metas para a redução de emissões de gases poluentes. Para ela, ideias como o mercado de carbono só podem funcionar caso haja comprometimento dos países. Munique põe em dúvida o Fundo para Mudança Climática, anunciado durante a conferência das partes da Convenção sobre Mudança Climática, realizada em Copenhague, em 2009.
"O Fundo para Mudança Climática, anunciado em Copenhague, é uma incógnita. Hoje tem zero dólar em caixa e não sabemos quanto terá. A ideia de 100 bilhões de dólares anuais é uma piada. Não vai haver 100 bilhões de dólares por ano para esse tipo de programa. Desafio qualquer um a me dizer como gastar esse dinheiro, se ele existisse. Não há capacidade para absorver esses recursos", afirmou.